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Venda direta de etanol: infraestrutura básica e preço CIF em curtas distâncias anulam custo das usinas

11 ago 2021, 9:59 - atualizado em 11 ago 2021, 11:56

 

Etanol que sairá das usinas diretamente para os postos não embutirá gastos para as unidades produtivas (Imagem: Mateus Pereira/GOVBA)

A venda direta de etanol hidratado aos postos, valendo a partir desta quarta (11), não implicará em altas despesas de infraestrutura para as usinas. Além do que a concepção do negócio, em relação ao transporte, já oferecerá ganhos que hoje são consumidos na distância da entrega às bases das distribuidoras.

As fábricas podem seguir operando exclusivamente com as intermediárias ou podem adotar um modelo misto, já que a Medida Provisória (MP) que autoriza a operação não é compulsória. E, por enquanto, só poderão atender os postos sem bandeira, o que também é um fator limitante de despesas já que são em número menor.

Assim, as unidades podem planejar a distância que podem percorrer e a correspondente quantidade de postos de serviços que podem atender com os equipamentos básicos que já possuem. Caminhões tanques, por exemplo.

Alexandre Lima, presidente da Feplana e da Usina Coaf (cooperativa) em Pernambuco, não vê problemas quanto a isso como um fator de encarecimento das operações que poderia anular o ganho que a eliminação do custo distribuidor acarretará.

Ademais, as distribuidoras também possuem frotas terceirizadas.

Qualquer empresa por menor que seja dispõe dessa infraestrutura, inclusive tancagem, bem como as distâncias serão mais curtas que a entrega atual às bases das distribuidoras, diz Lima, que foi um dos líderes nessa disputa pela adoção desse sistema que vinha se arrastando por mais de dois anos.

Nesse ponto, Renato Cunha, presidente da Novabio e o Sindaçúcar Pernambuco, destaca que a usina “já entrega CIF (arcando com custo, seguro e frete) para as distribuidoras percorrendo grandes distâncias, imagine se formos vender aos postos com no máximo 30 kms de distância”. As despesas serão mínimas e absorvíveis.

Hoje, também, as empresas que distribuem combustíveis podem retirar o etanol FOB na usina (livre a bordo, em português), ou seja, bancando toda a responsabilidade sobre o frete.

“Não muda nada em relação as custos das usinas”, explica Cunha, outro líder nesse pleito, unindo as usinas de Pernambuco e que culminou na formação da Novabio, que agregou indústrias de outros estados defensoras da venda direta de etanol.