Venda de veículos novos cai em abril ante março e estoques estão pela metade, diz Fenabrave
O licenciamento de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil em abril caiu 7,54% ante março, para 175.120 unidades, informou a associação de concessionárias, Fenabrave, nesta terça-feira.
Na comparação com abril do ano passado, pouco após a entrada em vigor de medidas de isolamento social no país que forçaram o fechamento de lojas e interrupção na produção de fábricas, os emplacamentos de abril dispararam 214%. Em abril de 2020, as vendas tinham somado 55.706 unidades.
Apesar da queda nas vendas em abril deste ano ante março, os estoques de carros e comerciais leves seguem baixos, informou a entidade. Segundo a Fenabrave, os inventários correspondem a 14 dias de vendas em média, metade do considerado ideal pelo setor.
No quadrimestre, os licenciamentos mostram crescimento de 14,5% em relação ao mesmo período de 2020, a 703 mil veículos. A entidade decidiu não revisar suas projeções uma vez que o resultado de janeiro ao fim de abril está próximo do esperado.
“Acreditamos que se a produção de veículos for regularizada e houver avanço na vacinação, a economia também irá reagir melhor e, com ela, os índices de confiança, empregos, renda e, consequentemente, os resultados do nosso setor”, afirmou o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, em comunicado.
Na noite da véspera, a maior empresa de aluguel de veículos do Brasil, Localiza, também citou problemas no fornecimento de veículos pelas montadoras em seu balanço trimestral. Na semana passada, a rival Unidas mencionou que as entregas das fábricas devem acelerar a partir do terceiro trimestre.
Ante março, as vendas de carros caíram 10,2%, enquanto as de comerciais leves subiram 3,6%. Os emplacamentos de caminhões recuaram 9% e os de ônibus 6,7%.
A Fenabrave apontou para um salto de 52% nas vendas de motocicletas em abril ante março, para 94,7 mil unidades. “Em abril, houve uma boa regularização na produção, o que permitiu atender à parte da demanda reprimida do segmento, em que pese ainda permaneçam problemas de abastecimento de peças e componentes”, afirmou o presidente da entidade.
“Desde o início da pandemia, as motocicletas vêm se consolidando como uma alternativa de transporte individual e de trabalho”, acrescentou.