Venda de ativos da Petrobras pode atrair novatas, diz startup
Campos petrolíferos brasileiros já em produção em águas rasas poderão em breve ser colocados à venda, atraindo o interesse de petroleiras novatas, já que a Petrobras e outras gigantes se concentram em projetos de águas profundas na promissora região do pré-sal petrobras.
Os desinvestimentos da Petrobras e de petroleiras globais, com grande presença no maior país produtor de petróleo da América Latina, poderiam ser usados por essas empresas para levantar capital e liberar mão de obra para iniciativas mais produtivas, disse Kjetil Solbraekke, CEO da DBO Energy, uma startup de exploração de petróleo com sede no Rio de Janeiro.
O governo realizou uma série de leilões de blocos de petróleo nos últimos anos que culminaram na semana passada na venda do gigante campo de Búzios, considerado o maior depósito de águas profundas do mundo.
O alto preço e preocupações regulatórias desencorajaram empresas estrangeiras, que não se animaram em fazer uma parceria com a Petrobras, o que significa que a estatal precisará cobrir 90% dos custos de desenvolvimento.
“De certa forma, isso permite um setor mais diversificado”, disse Solbraekke em entrevista. “Vejo isso como muito positivo. Todo o setor será remodelado.”
A Petrobras afirmou que vai priorizar a venda de outros ativos antes de procurar novos sócios em Búzios. A estatal claramente se afasta da produção de petróleo em terra e em águas rasas.
No próximo ano, a Petrobras planeja gastar 88% de seu orçamento de exploração e produção em águas profundas, acima dos 55% em 2019.
É uma boa notícia para a DBO, que participa do plano de desinvestimento da Petrobras e está ansiosa por oportunidades mais próximas da costa. “Em dois anos, o setor de petróleo e gás no Brasil será diferente”, disse Solbraekke. “E a DBO fará parte disso.”