Venda de ativos da AB InBev na Austrália para cervejaria Asahi atinge barreira regulatória
O órgão regulador de concorrência da Austrália levantou preocupações com a venda de 11 bilhões de dólares da operação australiana da Anheuser-Busch InBev para a japonesa Asahi, complicando os esforços da maior cervejaria do mundo para reduzir sua dívida rapidamente.
A cervejaria com sede na Bélgica tem vendido ativos e listou seus negócios asiáticos em Hong Kong em setembro para ajudar a reduzir a dívida líquida que subiu para cerca de 100 bilhões de dólares após a aquisição da rival SABMiller em 2016.
A empresa esperava fechar a venda da Carlton & United Breweries (CUB) para a Asahi no primeiro trimestre de 2020.
Mas a Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC), em um exame preliminar, disse que o acordo reduzirá a concorrência no mercado de cidra e poderá também fazê-lo no de cerveja, acrescentando que tomará uma decisão final em 19 de março.
“A aquisição proposta combinaria os dois maiores fornecedores de cidra em um mercado altamente concentrado”, afirmou, completando que a empresa combinada controlaria cerca de dois terços das vendas de cidra.
A Comissão também disse que a Asahi pode atuar como uma restrição competitiva para as duas maiores fabricantes de cerveja – CUB e Lion – e tem “o potencial de ser uma ameaça ainda maior no futuro”.
Analistas da Bernstein disseram que isso provavelmente exigirá que a Asahi descartasse uma marca de cidra, mas o impacto era administrável.
Na pior das hipóteses, a Ashai pode oferecer abrir mão das marcas de cerveja AB InBev Beck’s, Stella Artois e Budweiser localmente. Perder a Corona, no entanto, seria um provável motivo para cancelar o acordo, disse a Bernstein.
A Asahi disse que não está planejando nenhuma mudança no momento e continuará fornecendo informações aos reguladores. A AB InBev não estava disponível para comentar.