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Venda de ações da Vale turbina lucro do BNDES no 1º trimestre para quase R$ 10 bilhões

13 maio 2021, 15:27 - atualizado em 13 maio 2021, 15:41
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, durante entrevista coletiva, no Ministério da Economia.
“Estamos amadurecendo a nossa estratégia de desinvestimentos e de posições financeiras meramente especulativas”, afirmou Montezano (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira que teve no primeiro trimestre lucro líquido de 9,8 bilhões de reais, montante 78% superior ao de um ano antes, com venda de participações e receita com crédito.

Falando a jornalistas, o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano, explicou que o lucro recorrente somou 2,4 bilhões de reais no período. Além disso, o BNDES não teve que fazer maiores provisões para perdas com inadimplência, uma vez que o banco ofereceu voluntariamente uma carência em pagamentos de empréstimos.

As receitas com desinvestimentos incluíram a venda de fatias que o banco tinha em Vale (VALE3) e Klabin.

“Estamos amadurecendo a nossa estratégia de desinvestimentos e de posições financeiras meramente especulativas”, afirmou Montezano. O banco ainda teve um resultado positivo contábil de equivalência patrimonial de JBS de 1 bilhão de reais.

No conjunto, os ganhos com participações societárias somaram 11,7 bilhões de reais. Só com papéis da Vale, o ganho foi de 9,5 bilhões de reais.

Para Montezano, as vendas de participações seguem uma estratégia de reduzir a exposição a negócios de perfil financeiro e especulativo.

“É um desperdício alocar tantos recursos para fazer lucro financeiro”, afirmou ele.

Para Montezano, as vendas de participações seguem uma estratégia de reduzir a exposição a negócios de perfil financeiro e especulativo (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Os desembolsos do BNDES no trimestre cresceram 35% ano a ano, a 11,3 bilhões de reais. O banco destinou 46% desse valor a micro, pequenas e médias empresas e 49% para infraestrutura.

A instituição devolveu no período 38 bilhões de reais em empréstimos tomados com o Tesouro Nacional e tem um saldo restante a pagar de 116 bilhões. Desse total 62 bilhões podem ser devolvidos até dezembro, com os 54,2 bilhões restantes previstos para devolução em 2022.