Venda da De Beers desaba em ano ruim para o setor de diamantes
As vendas de diamantes pela De Beers diminuíram em quase US$ 1,4 bilhão este ano.
Na última colocação de 2019, em dezembro, a unidade da Anglo American vendeu US$ 425 milhões, levando o total anual para apenas US$ 4 bilhões.
O setor teve poucas boas notícias este ano. O excesso de oferta de diamantes brutos e pedras polidas e os preços em queda dificultam as operações das mineradoras e das empresas menos conhecidas que cuidam da lapidação e comercialização das pedras.
Os intermediários que fazem o elo entre as minas na África e as joalherias em Nova York, Londres e Hong Kong estão sofrendo uma pressão nas margens raramente vista. Com oferta abundante de diamantes e aperto de crédito pelos bancos, muitos negociantes não conseguem gerar lucro. Seus estoques elevados estão perdendo valor e demorando mais para girar do que eles previam.
A De Beers está dando mais flexibilidade aos clientes, permitindo que rejeitem alguns diamantes brutos. No mês passado, a companhia fez uma redução generalizada de preços de 5%. A empresa também está investindo mais em publicidade para estimular a demanda do consumidor. No início deste mês, a De Beers informou que o ritmo de mineração nos próximos dois anos será menor que o esperado originalmente.
“Após a contínua estabilidade de preços dos diamantes polidos no período até o ciclo final de vendas do ano, observamos sinais adicionais de demanda constante por diamantes brutos durante o Sight 10”, disse o presidente da De Beers, Bruce Cleaver, se referindo ao décimo evento de venda do ano.
A De Beers vende as gemas em 10 eventos anuais em Gaborone, capital de Botswana. Geralmente, os compradores precisam aceitar as quantidades e os preços oferecidos. Eles recebem um estojo em preto e amarelo contendo sacos plásticos cheios de pedras. O número de estojos e qualidade dos diamantes dependem do que o comprador e a De Beers acertaram no processo de alocação anual.