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Venda ações da Taesa (TAEE11), dizem analistas, após resultados; e os dividendos?

16 mar 2023, 12:36 - atualizado em 16 mar 2023, 12:36
Taesa
Taesa divide opiniões com resultados do quarto trimestre de 2022; analistas não recomendam compra da ação (Imagem: YouTube/TAESA Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A.)

Os resultados da Taesa (TAEE11) dividiram opiniões entre analistas. Do lado dos investidores, os números não agradaram muito, refletindo a queda das ações no pregão desta quinta-feira (16).

Enquanto a Genial Investimentos tem uma leitura de resultado operacional forte, o Itaú BBA classificou o balanço da empresa elétrica como “neutro” e sem grandes novidades.

Já o BTG Pactual destaca números regulatórios sólidos, mas resultados IFRS fracos.

“A deflação e as margens de construção mais baixas impactaram negativamente os resultados do IFRS novamente, já que o Ebitda foi de R$ 219 milhões (-60% ano a ano) e o lucro líquido foi de R$ 23 milhões (-95% ano a ano)“, comenta o time de analistas do banco, em relatório publicado nesta quinta. Sob base regulatória, a Taesa reportou lucro de R$ 386,7 milhões, salto anual de 266%.

E os dividendos?

Neste trimestre, a Taesa não anunciou um grande volume de distribuição de dividendos aos seus acionistas, como esperado. Houve a notícia de pagamento de R$ 26 milhões, ou R$ 0,08 por unit, que serão distribuídos a título de dividendos mínimos obrigatórios remanescentes.

Apesar de menores, os dividendos anunciados em 2022 não são pouca coisa. Considerando os R$ 460 milhões comunicados em janeiro, os dividendos para 2022 atingiram R$ 1,2 bilhão, ou 9,7% de yield, representando 85,9% do lucro IFRS da companhia, destaca o BTG.

Vale lembrar que a política atual de dividendos da Taesa estabelece um pagamento mínimo de 50% do lucro líquido ajustado IFRS – ou seja, a distribuição de 2022 está acima do nível mínimo de sua política.

Vender a ação

Analistas ainda projetam um ano bom de dividendos da Taesa em 2023 – a Genial tem estimativa de 9,7% de dividend yield. Apesar disso, não estão seguros de recomendar a compra dos papéis.

A Genial tem recomendação de “manter”, com preço-alvo de R$ 35, potencial queda de 6% sobre o último fechamento.

O BTG e o BBA estão mais cautelosos, tendo o banco mantido a classificação de “venda” e a corretora reiterado o rating de “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”).

Um dos pontos levantados por Genial e BBA é a alavancagem da Taesa, uma das mais altas do setor. Segundo analistas, em um cenário de juros ainda elevados, pode impactar negativamente o resultado financeiro da empresa.

Além disso, o BBA destaca que a Taesa é um dos nomes que melhor “performaram” na Bolsa dentro do setor.

“Mais do que isso, acreditamos que os próximos leilões podem criar um risco de downside (potencial de queda) para o nome, particularmente se continuarmos vendo lances agressivos”, completa a instituição.

O BTG diz que a Taesa é um dos nomes mais caros sob sua cobertura e conclui que, após os “vultosos” dividendos pagos nos últimos dois anos, a alavancagem subiu para níveis menos confortáveis.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.