Venda a ação desta elétrica ‘altamente alavancada’, diz UBS BB
O UBS BB rebaixou a recomendação para as ações da empresa de geração e comercialização de energia elétrica Eneva (ENEV3), de neutro para venda, cortando o preço-alvo em 12 meses de R$ 15 para 10,50 – potencial queda de 12% -, segundo relatório assinado por Giuliano Ajeje e equipe.
A instituição pontuou que o excesso de oferta de energia continua pressionando os preços para baixo. Segundo os analistas, a forte entrada de fontes renováveis na matriz brasileira dificulta a capacidade da Eneva de renovar os contratos de energia de reserva.
O cenário, explicam, leva o banco a ter expectativa por um menor despacho das usinas termelétricas (UTE) e esperar que Parnaíba I, II e III se tornem UTEs comerciais ao final seus contratos, “provavelmente impactando o crescimento da Eneva, sem receita fixa”.
Empresa alavancada e mudança de contratos
O UBS BB afirmou que a Eneva está altamente alavancada (dívida líquida/Ebitda a 1T23 de 4,6x) em um cenário de altas taxas de juros. “Isso somado ao excesso de oferta de energia leva a um menor despacho e entrada de receita substancialmente menor”, sublinhou.
Para os analistas do banco, também são preocupações o vencimento do contrato PPA em dezembro de 2023 da Termofortaleza. “Esperamos que outro PPA seja assinado; no entanto, os investidores devem ficar atentos ao preço do contrato”, comentaram.
Além disso, segundo o UBS BB, há o risco de venda da Bahia Terra devido às mudanças na gestão da Petrobras e aos atrasos do desinvestimento do novo governo.
A Eneva registrou lucro líquido de R$ 223 milhões no primeiro trimestre, alta de 21% ante o mesmo período do ano passado, em meio a uma diversificação de negócios na companhia.
“A gente está diversificando os nossos negócios… É um modelo de negócios completamente diferente de uma Eneva de dois anos atrás, que foi reconstruído em 2022 e agora em 2023 a gente começa a entregar”, afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Marcelo Habibe, à época da divulgação do balanço mais recente.