Vencedor na disputa pelo Planalto terá de conversar com Congresso, diz Lira
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira que o próximo presidente da República terá de sentar e se acertar com o Congresso, que, segundo ele, atuará como um “avalizador” e “fiador” da estabilidade do país e da responsabilidade fiscal.
O Orçamento de 2023 e as possibilidades levando-se em conta o teto de gastos para a manutenção ou ampliação de benefícios sociais estarão entre os assuntos a serem discutidos entre parlamentares e o escolhido pela população em outubro para comandar o país, segundo o presidente da Câmara.
“Não adianta o candidato ‘A’, o candidato ‘B’, ou o candidato ‘C’ dizer que ‘eu não concordo com isso, que eu vou desprivatizar aquilo, ou que vou desmaterializar uma reforma constitucional que foi feita pelo Congresso Nacional’. As coisas terão que ser discutidas, dialogadas, democraticamente, como é o nosso processo eleitoral”, disse Lira.
A declaração do deputado, em evento promovido pela XP, configura um recado indireto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O petista já avisou que não haverá privatização de empresas públicas e adiantou que, se eleito, irá reverter processos de desestatização já em andamento.
Também sinalizou o desejo de rever algumas das mudanças promovidas nas reformas trabalhistas promovidas pelos últimos governos.
“E essa discussão, por exemplo, se nós vamos arrumar condições orçamentárias de manter o aumento que foi dado emergencialmente para essas pessoas mais vulneráveis, tem que ser discutida no Orçamento neste ano. E se for, se nós fizermos sacrifícios, e se nós alterarmos determinados padrões de gastos públicos para que esses gastos possam ser compensados, eu não vejo nenhum tipo de problema nisso”, acrescentou Lira em sua fala, dessa vez acenando, também sem ser explícito, ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que na terça-feira desta semana garantiu haver espaço fiscal para a manutenção do Auxílio Brasil de 600 reais em 2023.
Importante aliado de Bolsonaro, Lira assegurou ainda que o resultado “democrático” das eleições será respeitado. Também avaliou que o Legislativo deverá manter seu perfil após o pleito de outubro, diante da perspectiva de pouca renovação de parlamentares.
“Confio muito que o Congresso continuará um Congresso liberal, de centro-direita na sua maioria de membros e que nenhuma decisão, seja econômica ou política, será tomada unilateralmente por um candidato A ou um candidato B”, garantiu o deputado, uma das principais lideranças do chamado centrão, importante força política no Parlamento.
“Não vai haver em momento nenhum salvador da pátria nem destruidor da pátria. No meio de tudo isso tem o Congresso Nacional, altivo, eleito.”
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