Vem deflação por aí, mas não o suficiente para jogar Selic a 13,25%, dizem especialistas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho deve dar continuidade a deflação registrada no mês passado, avaliam especialistas. Os números serão divulgados na terça-feira (25).
O movimento deve ser impulsionado pela queda dos preços de commodities e combustíveis. A deflação também deve refletir os efeitos dos subsídios a compra de veículos estendidos até julho.
Na análise da Genial Investimentos, a prévia inflação deve recuar 0,02%, de modo que o acumulado de 12 meses deve somar 3,25%. Já a Warren Rena aponta uma queda de 0,06% e variação em 3,21% em um ano.
Segundo o coordenador econômico da Genial, Yihao Lin, o protagonista da divulgação será a abertura da inflação de serviços. Uma leitura mais benigna dos números seria responsável por elevar as apostas de um corte de 0,5 pontos percentuais (p.p.) da Selic na reunião de agosto.
“Entretanto, devido a persistência desta abertura, ainda acreditamos que o Banco Central deve manter uma postura mais cautelosa, iniciando o ciclo de cortes de juros em 0,25 pontos percentuais”, diz Lin.
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O que esperar da prévia da inflação
O estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, o principal alívio da leitura de julho virá do desconto especial, a tarifa Bônus Itaipu, que será aplicado na conta de energia dos consumidores no mês de julho. “Somente o item energia elétrica contribui com -15 pontos base neste mês’, diz.
Em relação ao descontos no preço de automóveis, a Genial espera deflação de -3,20% em automóveis novos. O grupo alimentação no domicílio também deve continuar em deflação — queda de -0,79% ante -0,81% em junho –, puxado por cereais, carnes e leites.
Além disso, a passagem aérea também deve contribuir, desacelerando para 7% ante 10,70% em junho. “No entanto, o grupo é motivo de alta dispersão nas projeções deste mês. A coletas de preços de passagem aérea indicam desde uma alta de 1% a 18%, o que pode adicionar 6 pontos base em relação a nossa projeção”, avalia Angelo.
Na contramão, a gasolina é o principal vetor altista da leitura. O estrategista espera alta de 3,5% em razão da volta integral dos impostos federais — Cide, Pis/Cofins. O aumento teria sido maior caso a Petrobras (PETR3;PETR4) não tivesse anunciado queda 30/06 de R$ 0,14 por litro.