Fusões e Aquisições

Bradesco BBI diz que aquisição da Stone (STOC31) pelo BTG Pactual (BPAC11) beneficiaria as duas partes

12 set 2024, 12:44 - atualizado em 12 set 2024, 12:44
stone febraban
Para os analistas do banco, uma eventual aquisição da empresa de pagamentos pelo maior banco de investimentos da América Latina beneficiaram a Stone e o BTG Pactual (Imagem: Canva Pro)

Com cerca de dois anos de namoro entre a Stone (STOC31) e o BTG Pactual (BPAC11), o Bradesco BBI vê mais chances do relacionamento, ou melhor, do negócio dar certo. 

Para os analistas do banco, uma eventual aquisição da empresa de pagamentos pelo maior banco de investimentos da América Latina beneficiaram as duas instituições. 

“O BTG Pactual é um dos poucos, se não o único, grande banco que não tem um adquirente incorporado”, escrevem os analistas Gustavo Schroden e Renato Chanes, em relatório. 

Por outro lado, a Stone é considerada pelos analistas um “ótimo ativo”, já que detém uma participação de cerca de 11% no mercado de cartões. 

Além disso, a empresa de pagamentos tem uma taxa de penetração de 19% no total de micro, pequenas e médias empresas — ou melhor, 3,9 milhões de clientes. 

A Stone “também adotou uma estratégia correta de redução de escala, que, quando combinada com o fortalecimento de seus negócios bancários, deve resultar em melhor lucratividade no futuro”, diz o relatório. 

Outro fator que também contribui para o potencial negócio, na visão do Bradesco BBI, é a queda recente das ações da companhia. 

Com os papéis listados em Nova York, os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) caíram 34% no acumulado do ano, sendo a baixa mais significativa entre os ativos de empresas brasileiras. 

O forte recuo implica em um desconto de 54% para o múltiplo da relação entre o preço e o lucro (P/L) em comparação à média histórica de 16,4x.

BTG Pactual e Stone: negócio ‘ganha-ganha’

Na avaliação do Bradesco BBI, a eventual aquisição da Stone pelo BTG Pactual resultaria em um ‘ganha-ganha’. 

De um lado, a Stone se beneficiaria da expertise do BTG no negócio bancário e de crédito, bem como da base do banco de depósitos. 

Com isso, os produtos financeiros da empresa de pagamentos seriam capazes de acelerar “muito mais rápido” em seu segmento principal. 

Por outro lado, o potencial incorporação do Stone poderia fornecer um bom ponto de entrada para o banco penetrar na indústria de pagamentos. 

Isso porque a empresa de pagamentos tem um canal de distribuição sólido no segmento  de  micro, pequenas e médias empresas (PME), capaz de suportar uma aceleração mais rápida no segmento. 

Além disso, o valuation atual e o forte balanço patrimonial do BTG permitiriam uma emissão de ações para financiar a operação. 

“Em nosso valor justo e assumindo uma incorporação completa pelo BTG Pactual, estimamos que o banco precisaria emitir 267 milhões de units (BPAC11 a R$ 34,61), equivalente a uma “pequena” diluição de 7% dos minoritários”, afirmam Gustavo Schroden e Renato Chanes. 

Nas contas dos analistas, a oferta pública de aquisição geraria um ágio de aproximadamente R$ 7,3 bilhões, com uma oferta de 22,6 bilhões para a Stone – sem considerar potenciais sinergias. 

O Bradesco BBI mantém uma recomendação de compra para as ações do BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 41 — o que representa um potencial de valorização de 18% em relação ao preço de fechamento desta quarta-feira (11). 

Já para a Stone, a recomendação também é de compra, com preço-alvo de US$ 16 — o que representa um potencial de valorização de 34% em relação ao preço de fechamento da véspera. 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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