Vem aí uma segunda grande correção dos mercados, alerta Roubini
A escalada das tensões comerciais após a imposição de tarifas de 25% para o aço importado nos EUA, enquanto o Federal Reserve se prepara para elevar o juro quatro vezes em 2018, aumentam a pressão sobre um mercado de ações já sobrevalorizado, o que aumenta a perspectiva de uma segunda correção em 2018. Esta é a avaliação da consultoria Roubini Global Economics em um relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.
Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito
O chefe de marcados Mike Gallagher lembra que os ativos nos EUA ainda não recuperaram os níveis atingidos em janeiro e avalia que os investidores já precificaram as mudanças tributárias apresentadas pela administração Donald Trump. Contudo, a tensão está crescendo entre as projeções para o mercado de renda variável e o de títulos.
“Essa tensão subjacente entre patrimônio e preços de títulos torna o desempenho do rendimento uma questão crítica para as ações. Embora os rendimentos dos títulos a dez anos tenham sido consolidados na segunda metade de fevereiro, três desafios enfrentam o mercado de títulos nas próximas semanas e meses”, ressalta Gallagher.
O primeiro, destaca a consultoria, é a necessidade de desaceleração dos ganhos por hora no relatório de emprego de fevereiro para amaciar os temores inflacionários. O segundo é o fato de que o comunicado do BC americano, esperado para a reunião de 21 de março, pode até aumentar a projeção final para o ciclo de ajuste do juro nos EUA. Por fim, as mudanças tributárias podem resultar em aumento de gastos e a consequente maior emissão de títulos de dívida do governo.
É um sinal de alerta para o mercado brasileiro, muito dependente do humor externo. Em 2018, o índice S&P 500 ainda registra valorização de 0,66%, o Dow Jones queda de 0,7% e o Nasdaq valorização de 5%.