Carteira Recomendada

Veja qual foi melhor carteira recomendada em agosto

04 set 2018, 7:15 - atualizado em 03 set 2018, 22:12

Por Investing.com – O mês de agosto foi marcado pelo aumento da volatilidade interna com a indefinições em relação à eleição presidencial de outubro, o que amplificou um movimento internacional de aversão a risco provocado pela guerra comercial promovida pelos EUA e pelas crises turca e argentina.

Ibovespa recuou em agosto pela terceira vez nos últimos quatro meses ao encerrar a sexta-feira aos 76.098 pontos. No mês, o índice cedeu 3,2% e variou entre 75.875 pontos e 81.792 pontos.

Os investidores deixaram para trás o medo de uma recessão no segundo trimestre após uma sequência de dados da economia mostrarem a recuperação após a greve do setor de cargas em maio, mas o crescimento anual está comprometido mais uma vez. A economia brasileira ainda não mostrou fôlego para a recuperação e as projeções para o PIB em 2018 seguem sendo cortadas para a casa de 1%.

Na bolsa, o principal driver da volatilidade segue sendo a política com os investidores sendo cautelosos enquanto observam a indefinição dos cenários de primeiro e segundo turno. Líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro aparenta ter cristalizado o apoio de cerca de 20% da população, mas há o receio que a campanha de ataques já iniciada pelo PSDB possa desidratar o candidato. Geraldo Alckmin segue patinando na casa dos 6-8%, enquanto Marina e Ciro ficaram estáveis na casa dos 10%.

Após a decisão de que Lula não será candidato, os investidores olham com atenção a capacidade do petista transferir os votos para Haddad. Por defender uma política econômica contrária a do mercado, uma possível ascensão do ex-prefeito de São Paulo deverá provocar mau humor e derrubar as bolsas.

O cenário externo ficou mais azedo para os emergentes com a pressão dos EUA com a taxação de bilhões de dólares em importações chinesas, que poderá reduzir o ritmo de crescimento do gigante asiático, maior comprador de commodities brasileiras. Em outra frente, o presidente Donald Trump dobrou as tarifas sobre aço e alumínio da Turquia, em uma queda de braço diplomática, que desencadeou uma crise cambial e ressaltou os erros da condução da política econômica turca.

Neste ambiente de maior risco, os investidores se refugiaram no dólar e se desfizeram de parte dos seus ativos em emergentes, provocando uma fuga de capitais na Argentina. O peso despencou, o BC elevou os juros para 60% ao ano e aumentou o alerta dos mercados para uma contaminação que poderá abalar outros emergentes.

No Brasil, o dólar disparou até alcançar superar os R$ 4,20 no intraday de quinta-feira (30/8), provocando o retorno do BC ao mercado. A intervenção surtiu efeito e derrubou o câmbio para os R$ 4,05 no fechamento do mês. O resultado de agosto, porém, foi de alta de mais de 7% na maior valorização mensal do dólar desde 2015.

Socopa garante retorno ao investidor com a melhor carteira de agosto

Neste cenário tenso, as carteiras recomendadas para agosto acabaram sofrendo com a forte desvalorização de ativos e tiveram dificuldade para entregar lucro ao investidor. Das 26 carteiras das principais corretoras, bancos e casas de análise acompanhadas pelo Investing.com Brasil, apenas duas terminaram o mês no positivo.

A melhor recomendação do mês veio da Socopa, que superou as adversidades de agosto e retornou 1% ao investidor, resultado 4,2 p.p. acima do recuo de 3,2% do Ibovespa no mês. O resultado da corretora foi garantido pelo avanço de quase 10% nas ações da Guararapes (GUAR3), dona das Lojas Riachuelo.

A carteira também contou com a alta de 6,2% nos papéis da Suzano (SUZB3), que, combinados, ofuscaram as perdas com Equatorial (EQTL3), Ambev (ABEV3) e Hypera (HYPE3).

A segunda melhor recomendação de agosto veio da Nova Futura, que garantiu retorno positivo de 0,4% ao investidor com as disparadas de SLC Agrícola (SLCE3) (+25%) e Porto Seguro (PSSA3) (+10,6%), que compensam fortes perdas de Itaú (ITUB4) (-6%), Bradesco (BBDC4) (-7,5%) e Via Varejo (VVAR11) (-20,6%).

Das demais carteiras, 13 conseguiram superar o Ibovespa, mas ficaram em terreno negativo, enquanto 11 ficaram abaixo do benchmark.

Petrobras e Itaú, os queridinhos do mês atrapalham as carteiras

As principais apostas para o mês decepcionaram os investidores em agosto. Itaú e a Petrobras (PETR4) constavam, cada uma, em 12 carteiras e acabaram pressionando os resultados com recuos de 6,1% e 2,1%, respectivamente.

A Vale (VALE3), mais indicada em julho e terceira mais sugerida em agosto com 11 recomendações, superou o mau humor do mercado interno com o recorde no balanço do 2T18 e entregou um retorno positivo de +0,6%, no terceiro mês consecutivo de avanço. Nos últimos 12 meses, a mineradora se valorizou em 10 e cedeu em 2, acumulando ganhos de 54%.

Entre as 10 mais indicadas, a maior decepção veio dos papéis da Via Varejo, que afundou 20,6% e pressionou as carteiras da Genial, Guide, Mirae, Nova Futura, Planner e Rico.

Small caps são destaques para o bem e para o mal

Entre todos os 85 ativos indicados pelas 26 corretoras, bancos e casas de análise, o melhor retorno veio dos papéis da SLC Agrícola, que saltou 24,8% em agosto. O papel só estava presente no portfólio da Nova Futura.

Completam o ranking, a Tupy (TUPY3) com ganhos de 19,8% no mês, na carteira do BB-BI e Coinvalores; Ferbasa (FESA4), com +14,6%, e integrante das apostas do Banrisul e Planner; IRB Brasil (IRBR3), com +11% e presente em 6 carteiras; e a Tenda (TEND3), com 10,9%, presente na Genial, Guide e Santander.

Entre as maiores decepções, estão a QGEP (QGEP3), com perdas de 24,6% e presente na carteira da Foleo; Minerva (BEEF3) (-22,8%), na Toro e Itaú; Qualicorp (QUAL3) (-21,4%), na carteira do Safra; Via Varejo (-20,6%), em 6 carteiras; e Valid (VLID3) (-18,7%), parte do portfólio do Itaú e Terra.

Veja abaixo todas as recomendações para agosto:

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