Veja quais são as lições de liderança de Zelensky após dois meses de guerra
A invasão da Ucrânia pela Rússia completou dois meses neste domingo (24). Sem previsão para o conflito acabar, os combates que já mataram milhares, esvaziaram cidades e obrigaram milhões a deixarem suas casas, seguem devastando o país.
O exército de Vladimir Putin, presidente da Rússia, invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e desde então Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, ganhou mais espaço na mídia e na diplomacia internacional.
Esse destaque se manifesta, principalmente, na figura de líder que Zelensky representa.
“Zelensky era uma liderança já antes da guerra”, ressalta Amâncio Jorge Silva, Professor Titular do Instituto de Relações Internacionais da USP e com experiência em áreas como a de negociações internacionais, diplomacia científica, política externa e empresariado.
Estilos de liderança: Zelensky X Putin
Um líder é, em linhas gerais, aquela pessoa que gera inspiração, motivação, transpiração junto com as pessoas para uma causa.
“Ele [Zelensky] é um líder influenciador. Por influência e outras razões ele inspirou as pessoas a estarem com ele”, afirma a diretora de Capital Humano & Inovação na Associação Brasileira de Profissionais de Coaching, Erika Rossi.
Rossi questiona que, se olharmos as competências do um líder como a humanização e a digitalização, no contexto digital e humanitário do século XXI, será mesmo que o ucraniano tem todas essas características?
Em convergência, Amâncio Jorge Silva reconhece que, nesse sentido, o presidente da Ucrânia não pensou tanto na segurança da sua nação e, como líder, não conseguiu evitar a guerra ao contar com o apoio Europeu que de fato não existia.
Na guerra Zelensky soube explorar na sua comunicação os tipos de poder e liderança, aponta o especialista em relações internacionais. “Ele passou a exercer uma liderança persuasiva”, afirma.
A liderança persuasiva é pautada na capacidade de persuasão e negociação, sendo característica na postura do presidente da Ucrânia. Já Putin, tem uma forma de liderar mais coercitiva, amparada na ameaça, força e intervenção como explica o especialista.
O contraste entre os estilos dos chefes de estado ajudou a fortalecer a imagem de líder do ucraniano, identifica o professor.
Lições de liderança para o ambiente coorporativo
O mundo corporativo pode aprender uma série de coisas com os acontecimentos da atualidade, Rossi destaca que “pode aprender que sempre temos pontos de vista diferentes e que cada ser humano é singular e as organizações são feitas por pessoas, então são únicas também”.
No quesito liderança, com Zelensky é possível aprender que as experiências são acumulativas, visto que ele já tinha uma carreira na área de comunicação, com um perfil influente e comunicador que hoje o ajuda enquanto líder.
Outro ponto importante para liderar é a visão estratégica, de forma que a pessoa nesse papel acredite fortemente nessa orientação a ponto de levar os outros a segui-la.
“O que temos que trabalhar nesse mundo é a comunicação e relacionamento, pontos fortes para formar estratégias mais assertivas, pensando sempre no bem-estar das pessoas, somos um sistema emocional, mental e físico”, aconselha Rossi.
Mesmo se destacando pela sua resistência e poder de engajamento, ainda é cedo para dizer que Zelensky é uma referência de liderança para os outros comandantes internacionais, aponta Silva. Assim, tudo vai depender do resultado final, “você pode ganhar uma guerra, mas perder sua imagem e reputação”, evidencia ele.
Para as empresas, a lição que fica, por fim, é também a boa combinação entre capacidade de persuasão e uso da tecnologia aliada para diminuir cursos, reduzir danos e agora para as negociações eletrônicas como faz o presidente da Ucrânia.
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