Veja os principais pontos do discurso de Milei durante a cerimônia de posse na Argentina
O discurso de posse de Javier Milei como novo presidente eleito da Argentina foi extenso e contou com revisitações à história do país, bem como a críticas sobre o governo passado.
Candidato do partido de extrema-direita La Libertad Avanza, Milei, eleito com 55,77% dos votos, ante os 44,22% do seu adversário peronista Sergio Massa, com 96,34% dos votos apurados, colecionou polêmicas ao longo de sua campanha.
Além de ser um grande defensor da privatização de todas as estatais argentinas, disse que a dolarizaração completa da Argentina é o caminho para solucionar o problema da inflação, que ronda os 150%, considerando o acumulado de 12 meses até o mês de outubro.
Nesta tarde de domingo (10), Milei introduziu seu discurso dizendo que Argentina estava prestes a começar uma nova era.
“Hoje, damos por concluído um longo e triste momento de decadência e damos inicio ao caminho de reconstrução do nosso país”, afirmou o novo presidente.
“Hoje, começa uma nova era na Argentina. Uma era de paz e prosperidade. Uma era de crescimento e desenvolvimento, de liberdade e progresso”, completou.
Milei usou seu tempo de discurso para fazer uma crítica ao modelo de governo argentino das últimas décadas, que, pelas palavras do candidato eleito, defende que os cidadãos estão disponíveis para simplesmente servir a política, e não o contrário.
De acordo com Milei, “um modelo que considera que a função de um político é dirigir a vida de um indivíduo em todas as instâncias e esferas possíveis, que considera o estado um motim de guerra que deve ser distribuído entre os amigos… Esse modelo, senhores, fracassou”.
Milei sobre a inflação argentina
Milei também atacou o kirchnerismo ao falar da atual situação econômica da Argentina.
“O kirchnerismo, que no começo se gabava de superávit interno e externo, nos deixa um grande déficit de 17% no PIB.”
Milei citou ainda o “cerco cambial” do país, com o sistema restringindo a compra de dólares. Sobre isso, o novo presidente comentou: “Não apenas constitui um pesadelo social, mas implica em altas taxas de juros e um escasso nível de emprego informal e salários mineráveis que provocam aumento de indigentes.”
“Essa é a inflação que estamos recebendo: uma inflação de 15.000%, com a qual vamos lutar com unhas e dentes para eliminá-la”, completou.
Ainda sobre a alta inflação da Argentina, Milei afirmou que esse será o último mal estar antes da reconstrução do país. Para o político do país vizinho, não há dúvida de que a única opção possível é o ajuste.
“Um ajuste organizado e que recaia com toda sua força sobre o Estado, e não sobre o setor privado”, reforçou.
*Com informações da CNN.