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Veja os 5 principais eventos internacionais desta semana

09 dez 2018, 18:38 - atualizado em 09 dez 2018, 13:40

Por Investing.com – Após uma das semanas mais brutais para o mercado este ano, há muita coisa para manter os investidores ansiosos na próxima semana.

As manchetes relacionadas ao comércio provavelmente serão o principal mobilizador dos ânimos do mercado, já que os investidores continuam observando os desdobramentos da atual disputa comercial entre os EUA. e a China.

Washington e Pequim estão envolvidas em uma disputa comercial na maior parte do ano, com os dois países aplicando tarifas em vários produtos mutuamente. As tarifas levantaram preocupações no mercado sobre uma possível desaceleração no crescimento econômico global.

Os mercados financeiros globais também se concentrarão na inflação de preços ao consumidor e dados de vendas no varejo para buscar uma visão adicional sobre as perspectivas em relação a política monetária nos próximos meses.

Espera-se que o Fed anuncie seu quarto aumento de 2018 ainda este mês, mas os investidores estão começando a questionar quantos aumentos de taxas podem ser implementados no próximo ano.

Juntamente com o comércio e o Fed, os investidores estarão de olho no mercado de títulos, onde uma inversão no curto prazo da curva de rendimento levantou o espectro de uma possível recessão nos EUA.

Na Europa, os mercados estão de olho na reunião de política monetária do Banco Central Europeu para obter mais orientações sobre quando o banco central planeja começar a aumentar as taxas de juros.

Há também uma votação chave do Brexit para chamar a atenção.

Antes da próxima semana, a Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.

1. Negociações comerciais entre EUA e China

Os mercados estarão a par da briga comercial em curso entre os EUA e a China, em meio a crescentes dúvidas sobre se as duas maiores economias do mundo poderão resolver suas diferenças.

As preocupações sobre as relações comerciais entre os dois países foram abaladas pelos comentários do assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, na sexta-feira, de que as autoridades americanas aumentariam as tarifas se os dois países não chegassem a um acordo durante um período de negociação de 90 dias, que termina em 1º de março.

A notícia da prisão de um alta executiva da fabricante de equipamentos de telecomunicações chinesa Huawei Technologies foi outra manchete negativa que ameaçou frear as negociações sobre alguma forma de trégua comercial entre os países.

O presidente Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, concordaram a semana passada em suspender as tarifas adicionais dos produtos de os ambos os países por 90 dias, a fim de permitir que as negociações continuem.

Os EUA cobrou tarifas de mais de metade dos US$ 500 bilhões em importações chinesas, razão pela qual a China retaliou, depois que várias rodadas de negociações não conseguiram resolver as reclamações sobre as políticas industriais chinesas e falta de acesso aos mercados chineses.

2. Inflação nos EUA

O Departamento de Comércio publicará os números de novembro do IPC às 11h30 de quarta-feira, o que deve dar sinais mais claros sobre o ritmo da inflação.

Espera-se que o índice de preços ao consumidor tenham subido 0,1 no mês passado de acordo com estimativas, esfriando em relação ao ganho de 0,3% registrado em outubro. Em uma base anual, o IPC está projetado para subir 2,2%, ante 2,5% no mês anterior.

Excluindo o custo de alimentos e combustíveis, o núcleo da inflação deve ter tido um aumento de 0,2% no mês passado e 2,2% em relação ao ano anterior.

O enfraquecimento da inflação provavelmente aumentará as expectativas de que o Federal Reserve precisará desacelerar seu ritmo de altas de juros no próximo ano.

3. Vendas no varejo dos EUA

O Departamento de Comércio divulgará dados sobre as vendas no varejo para novembro às 11h30 da sexta-feira, que serão levados em consideração pelos investidores para perceber sinais adicionais sobre a força do consumidor americano.

O consenso das previsões indica que o relatório mostrará que as vendas no varejo subiram 0,1% no mês passado, após um aumento de 0,8% em outubro. Excluindo o setor automobilístico, as vendas devem aumentar 0,2%.

Vendas no varejo crescentes com o tempo estão relacionadas com crescimento econômico mais forte, ao passo que vendas fracas sinalizam economia em declínio. Os gastos dos consumidores são responsáveis por cerca de 70% do crescimento econômico norte-americano.

Também no calendário econômico desta semana estarão os números de inflação dos preços ao produtor, as leituras do PMI industrial e de serviços, bem como o último relatório do JOLTS.

Um quarto aumento da taxa para este ano é esperado ainda em dezembro, mas o caminho a partir daí não é claro. Embora os formuladores de políticas do Fed tenham apontado três aumentos em 2019, o mercado está antecipando apenas um.

4. Reunião de política monetária do Banco Centra Europeu

Esta semana marca o fim de uma era para o Banco Central Europeu, que deve anunciar formalmente o fim de seu programa de flexibilização de € 2,6 trilhões, com duração de três anos, um passo fundamental no desmantelamento do estímulo da era da crise.

O anúncio deve ser feito às 10h45 (horário de Brasília) da quinta-feira, com uma entrevista coletiva do presidente Mario Draghi, marcada para 45 minutos após a decisão.

O BCE divulgará previsões de crescimento atualizadas e os investidores esperam que ele reduza novamente sua projeção para o PIB após um terceiro trimestre excepcionalmente fraco, já que a economia da região luta para lidar com conflitos comerciais globais, política italiana e negociações confusas do Brexit.

Diante da desaceleração e das persistentes tensões de financiamento em alguns países membros, os bancos pediram ao BCE que estenda seus empréstimos de longo prazo (TLTROs).

O BCE já se comprometeu a manter as taxas de juros nos níveis atuais bem em 2019. O preço do mercado monetário sugere que os investidores esperam cerca de 75% de chance de um aumento da taxa do BCE no próximo ano, ante 100% apenas algumas semanas atrás.

O calendário de quarta-feira também traz pesquisas rápidas sobre as atividades dos setores da indústria e de serviços.

5. Votação do Brexit

Continuando na Europa, os investidores ficarão de olho na votação do parlamento britânico sobre o acordo da primeira-ministra Theresa May de deixar a União Europeia, que deve ser iniciada na terça-feira.

Com o seu próprio futuro na balança, May repetidamente insistiu que o seu acordo, que prevê continuar a manter laços estreitos com a UE, é o único na mesa e que as alternativas são uma dolorosa saída “sem acordo” da UE ou possivelmente um “não-Brexit”.

É amplamente esperado que a votação não seja aprovada e os ministros estão preocupados que a escala da derrota seja tal que possa derrubar o governo de May.

Além do Brexit, os participantes do mercado se concentrarão nos números mensais do PIB, bem como no mais recente relatório de emprego, para mais dicas sobre a saúde da economia.

– Reuters contribuiu com esta reportagem

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