Veja as construtoras que lideram o atual recorde do setor na bolsa
O setor de construção civil voltou à vida e está mais forte do que nunca na B3 (B3SA3), a bolsa de valores brasileira. Segundo a Economática, o valor de mercado das 11 incorporadoras listadas atingiu seu recorde em 21 de novembro, ao somar R$ 42,4 bilhões. Mas, como todo mundo que assistiu ao filme Top Gun sabe, há sempre o “melhor entre os melhores” – o ás que voa mais alto. E, neste caso, há dois destaques.
Quando se considera o valor de mercado, a líder é a Cyrela Brazil Realty (CYRE3), com R$ 10,5 bilhões. Trata-se de um salto de 150% entre dezembro de 2014, antes do início da recessão que se prolongou até 2016, e a data citada pela Economática. A vice-líder é a Eztec (EZTC3), avaliada em R$ 9,97 bilhões na bolsa, segundo a consultoria. Há cinco anos, a cifra era de R$ 3,2 bilhões.
O pódio das construtoras mais valiosas da bolsa é completo pela MRV (MRVE3), que valia R$ 7,8 bilhões na semana passada, o que representa uma alta de 133% sobre dezembro de 2014.
O que interessa
Tão ou mais importante do que valor muito é entregar o valor para os acionistas. Por isso, o pódio muda, quando se considera outro indicador: o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês). Por esse critério, o ranking da Economática coloca no topo a Trisul (TRIS3), cujo ROE acumulado nos 12 meses encerrados em setembro foi de 15,06%.
É um feito e tanto, considerando-se que a consultoria lembra que este foi o primeiro trimestre em que a construção civil apresentou ROE positivo (7,02%), após 11 períodos de desempenho negativo. É ainda mais notável, se observarmos que o ROE médio do setor é o maior, desde os 6,11% do quarto trimestre de 2015.
Por esse quesito, a vice-líder é a MRV, com ROE de 14,19%, seguida pela Cyrela Brazil Realty, com 8,61%.
A MRV salta para o primeiro lugar, quando se considera o lucro líquido trimestral de R$ 160,1 milhões apresentado em setembro. A Cyrela, segunda colocada neste critério, somou R$ 104,382 milhões, à frente da JHSF (JHSF3), com R$ 94,1 milhões.
Quando se analisa o caixa com que as empresas fecharam setembro, isto é, quanta munição está à disposição de cada uma, o quadro também muda. É claro que o caixa varia conforme o porte da companhia, mas, feita essa ressalva, a Cyrela Brazil Realty lidera com R$ 1,49 bilhão. A Eztec acumula R$ 1,4 bilhão; e a Direcional (DIRR3), em terceiro lugar, dispõe de R$ 820 milhões.
Fôlego
Outra pergunta que todo investidor faz é: esse caixa será usado em quê? Quanto mais for consumido por dívidas, menos será transformado em lucro e, portanto, distribuído entre os acionistas. Assim, a Economática também listou as empresas mais e menos endividadas do setor.
Aqui, o destaque é a Eztec, com dívida líquida (dívida bruta, menos o caixa) negativa de R$ 1,3 bilhão. Isso significa que a incorporadora gera mais caixa do que o necessário para quitar suas obrigações. Em seguida, vem a Trisul, com dívida líquida negativa de R$ 177 milhões. No terceiro lugar, a CR2 (CRDE3) fecha o pódio com dívida negativa de R$ 27 milhões.
Na outra ponta, a MRV acumula uma dívida líquida positiva de R$ 2,4 bilhões (ou seja, mesmo se gastar todo seu caixa pagando credores, ainda precisará dessa montanha de dinheiro para quitar o resto). A Helbor (HBOR3) fica em segundo, com R$ 1,4 bilhão; e a JHSF, em terceiro, com R$ 1 bilhão.