Comprar ou vender?

Veja as ações que compõem o Kit Eleições, segundo a Mirae Asset

16 out 2018, 9:27 - atualizado em 16 out 2018, 9:27

Por Arena do Pavini – As pesquisas de intenção de voto mostram uma liderança confortável do candidato Jair Bolsonaro, do PSL, na disputa pela Presidência da República. O capitão reformado aparece com 59% dos votos válidos, para 41% do adversário Fernando Haddad, do PT.

No momento atual a visão de que o candidato Bolsonaro está com vantagem sobre o concorrente está criando um efeito positivo nos mercados de risco no Brasil, afirma a corretora Mirae Asset, em relatório assinado por pelo analista-chefe Pedro Galdi e por Fernando Bresciani. Com isso, as ações sobem e o dólar e os juros futuros caem, uma vez que a visão do mercado é de que Bolsonaro estaria mais propenso a levar adiante uma pauta de reformas consideradas benéficas para o país, que incluem reformas fiscal e previdenciária, combate ao déficit fiscal, redução do desemprego e anúncio de medidas pró-crescimento da economia.

Esse cenário de melhora dos ativos de risco será o movimento esperado se o cenário se confirmar nas urnas no dia 28. Mas, enquanto isso não ocorre, a Mirae preparou um estudo com os papéis que se beneficiariam com um ou outro vencedor. E, até a decisão final, esses ativos vão sofrer interferência direta sobre as pesquisas eleitorais.

Mercado cria o Kit Eleição

Esses papéis são o que no mercado financeiro estão sendo chamados de “kit eleição”, que são basicamente ações de estatais, representadas principalmente pelos papéis da Eletrobras (ELET3), Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3), Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6) e até ações de grandes bancos, como Itaú (ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4) e Santander (SANB11), que acabam entrando nesta cesta. “Assim, alertamos que estas ações tendem a apresentar fortes movimentos para cima e para baixo até a definição da eleição”, diz a Mirae. E não só a eleição, mas as declarações dos candidatos sobre os diversos temas de interesse de mercado, como reforma da Previdência ou privatização, vão mexer com esses papéis.

Como essas ações representam uma parcela importante da formação de pesos do Índice Bovespa, o comportamento destes vai levar índice para cima e para baixo com grande intensidade.

Ações que amplificam o movimento do Ibovespa

E outras ações acabam também sendo influenciadas pela volatilidade esperada do índice, ou seja, ações mais associadas ao risco elevado, que sempre tendem a mostrar desempenho superior ao do Ibovespa, para cima ou para baixo. Nesta cesta estão enquadradas ações da Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Bradespar (BRAP4), Vale (VALE3), B3 e algumas incorporadoras.

A Mirae destaca que estas ações também apresentam participação importante na formação do Ibovespa e também acabam auxiliando no comportamento do índice nos picos para cima e para baixo. “Bom, então entendemos que este universo de ações será o motor do nosso mercado de ações até a sexta-feira, que antecede o dia D da votação, que será 28 de outubro próximo”, afirmam os analistas da Mirae.

A ideia é antecipar quais os ativos que seriam interessantes após a definição do candidato, pois a reação imediata do mercado financeiro após o evento será de euforia. E esses ativos devem despontar, mostrando forte evolução ou queda, com a visão de que a pauta esperada possa ou não ser atendida de forma imediata e ai um ajuste tende a surgir no horizonte de médio prazo.

Cenário Bolsonaro

No cenário de vitória de Jair Bolsonaro, a Mirae acredita que o dólar tende a cair, a inflação ficará estável, assim como os juros, o desemprego diminui e há retomada de investimento privado. Nesse caso, o Índice Bovespa têm tendência de alta.

Os setores que seriam beneficiados seriam bancos, indústria, concessões, energia e geração, consumo amplo, produção de petróleo e siderurgia.

Já as empresas que tendem a se beneficiar seriam Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, Randon (RAPT4) e Marcopolo (POMO4), CCR (CCRO3) e Ecorrodovias, Cemig, Copel, Lojas Renner (LREN3), Natura (NATU3) e Via Varejo (VVAR11), Petrobras e Usiminas.

Cenário Haddad

Já no caso de vitória do candidato do PT, Fernando Haddad, o dólar tenderia a subir, puxando a inflação e os juros. O déficit fiscal caminharia para o descontrole o desemprego se manteria elevado e haveria retomada do investimento público. O Índice Bovespa tenderia a cair.

Os setores que se beneficiariam nesse cenário seriam os de empresas que ganham com a alta dos juros, como financeiras, seguradoras e empresas de saúde. Incorporadoras voltadas para a baixa renda e para o programa Minha Casa Minha Vida seriam ajudadas pelos incentivos do governo petista para a moradia popular. Ganhariam também as exportadoras, com a alta do dólar, as empresas de energia e transmissão, as de consumo, especialmente alimentos, o setor de petróleo, na distribuição, e a siderurgia, com a alta do dólar.

As empresas que se beneficiariam seriam a B3, Porto Seguro (PSSA3), Sul América (SULA11), Hypera (HYPE3), MRV (MRVE3), EZTec, as exportadoras Vale, Suzano (SUZB3) e Bradespar, as empresas de energia Engie e Taesa (TAEE11), as de consumo Ambev (ABEV3), BRF (BRFS3) e Pão de Açúcar (PCAR4), a Ultrapar (SA:UGPA3) e a Gerdau.

Os analistas da Mirae lembram, porém, que a bolsa não depende apenas do cenário externo, e os mercados internacionais têm sido até mais influentes que os eventos locais.

Entre os principais fatores externos estão:

Estados Unidos

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) deverá elevar a taxa de juros mais uma vez neste ano, como esperado, mas como a economia do país segue em forte evolução, uma pressão inflacionária pode gerar uma postura mais agressiva do Banco Central daquele país na condução da alta de juros para 2019, com poder para influenciar o comportamento da economia mundial e o Brasil não saíra ileso se esta mudança se confirmar.

Além disso, o risco protecionista dos EUA se amplia e uma guerra comercial começa a se materializar, com forte impacto previsto para a economia mundial.

Zona do Euro

O Banco Central Europeu (BCE) já sinalizou que serão reduzidos os programas de estímulos até o final deste ano.

A atenção deve continuar com o andamento do Brexit, ou seja, da saída do Reino Unido da União Europeia, e dificuldades pontuais de países da região. No caso, a Itália é o referencial do momento.

Emergentes

A Mirae lembra que as economias de países emergentes vêm dando sinais de retomada, porém mais lenta do que a prevista no início do ano. E alguns enfrentam crises sérias, como Argentina, Turquia e África do Sul.

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