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Veja as ações de varejo preferidas da XP para 2020

26 nov 2019, 10:54 - atualizado em 26 nov 2019, 10:55
Vivara
Segundo a XP, as varejistas apresentaram forte desempenho no acumulado do ano, tendo as ações subido em média 33% contra 23% do Ibovespa (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A XP Investimentos está otimista com os múltiplos do setor varejista para 2020, de acordo com o relatório publicado pela corretora nesta terça-feira (26).

“Ainda estamos no início da recuperação econômica do país, que tem sido impulsionada principalmente pelo consumo. Porém, acreditamos que esse cenário ainda não esteja refletido nos fundamentos das empresas”, avaliou o analista Pedro Fagundes.

Segundo a XP, as varejistas apresentaram forte desempenho no acumulado do ano, tendo as ações subido em média 33% contra 23% do Ibovespa.

“Vimos o múltiplo Preço/Lucro médio de 12 meses do setor (com base nas estimativas da Bloomberg) alcançar 23,5 vezes atualmente (excluindo o Magazine Luiza) – 20% acima da média dos últimos cinco anos”, disse Fagundes.

Apesar das boas perspectivas, a corretora acredita que nem todos as ações das empresas de varejo devem se beneficiar do cenário da mesma forma.

“Particularmente, preferimos exposição a segmentos com produtos de preço-médio mais alto – principalmente bens duráveis, em função do ciclo de crédito ao consumidor mais favorável; e setores cujo crescimento de vendas em termos reais teve um desempenho inferior ao do setor de varejo em geral – principalmente bens duráveis ​​e de vestuário”, destacou.

Ações preferidas

Para a seleção das ações preferidas do setor para o próximo ano, a XP se baseou em três temas principais: recuperação econômica, com nomes de maior exposição à melhora no ambiente de consumo; dinâmica de resultados favorável, referente às empresas com maior potencial de crescimento de lucro; e valor, sobre múltiplos descontados que oferecem risco-retorno assimétrico.

 Via Varejo (VVAR3)

Via Varejo Casas Bahia
A XP recomenda compra para o ativo, com novo preço-alvo de R$ 12 no fim de 2020 (Imagem: Divulgação)

Na avaliação da XP, a companhia oferece uma relação de risco-retorno atraente, mesmo com um risco relativamente alto em função do processo de reestruturação pelo qual ela está passando.

“Os resultados do terceiro trimestre da Via Varejo mostraram um progresso significativo feito pela nova gestão da empresa. Destacamos (i) o impacto positivo nas margens, após a renegociação de acordos comerciais com os principais fornecedores e revisão dos incentivos para os vendedores nas lojas, e (ii) a retomada do crescimento da operação de vendas diretas online a partir de outubro”, pontuou Fagundes.

A XP recomenda compra para o ativo, com novo preço-alvo de R$ 12 no fim de 2020.

Vivara (VIVA3)

A empresa de joias está bem capitalizada e pronta para acelerar o crescimento por meio da abertura de 514 novas lojas nos próximos cinco anos – meta ambiciosa, de acordo com a corretora (Imagem: Reprodução/Vivara)

A recomendação de compra para a Vivara se encaixa no tema “dinâmica de resultados favorável”, visto que a empresa de joias está bem capitalizada e pronta para acelerar o crescimento por meio da abertura de 514 novas lojas nos próximos cinco anos – meta ambiciosa, de acordo com a corretora.

O preço-alvo de R$ 30 para o fim de 2020 permanece alterado.

“Embora o múltiplo em que as ações negociam possa parecer alto (22,1 vezes o Preço/Lucro em 2020 contra 23,5 vezes para o setor de varejo), vemos isso como um ponto de entrada atrativo para uma varejista cujo crescimento deve superar aquele apresentado pelos seus pares do setor”, concluiu o analista.

Pão de Açúcar (PCAR4)

Pão de Açúcar
A XP reduziu o preço-alvo das ações para o fim do próximo ano de R$ 124 para R$ 105 (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

Apesar das ações do Pão de Açúcar terem caído 20% desde o pico do fim de abril, a recomendação da XP é de compra baseada no tema “valor”.

“Acreditamos que o atual desconto das ações não é justificado”, explicou a corretora, que incorporou o Grupo Éxito às estimativas mesmo com alguns investidores céticos quanto ao mérito da transação.

“Em nossas estimativas, as ações do Pão de Açúcar atualmente negociam a um múltiplo Preço/Lucro em 2020 de 14,2 vezes (contra 23,5 vezes para o setor), enquanto o múltiplo implícito da operação do grupo no Brasil é 11,6 vezes (ante 16,9 vezes para o Carrefour)”, complementou.

Ainda assim, o preço-alvo para o fim do próximo ano foi reduzido de R$ 124 para R$ 105, considerando os riscos de menor inflação de alimentos e maior concorrência no varejo alimentar.

Lojas Renner (LREN3)

Na visão da XP, a Lojas Renner “oferece uma combinação única de (i) maior alavancagem ao cenário de melhora no ambiente de consumo, e (ii) exposição a uma das melhores empresas do setor, que provavelmente continuará ganhando participação de mercado”.

Lojas Renner
A corretora enxerga que a forte perspectiva de crescimento dos lucros sustentará múltiplos altos, o que irá impulsionar o desempenho dos papéis pela frente (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Fatores como posição forte e maior potencial de aumento da rentabilidade também devem acelerar o crescimento de lucro da empresa no ano que vem.

“O comércio eletrônico deve ser cada vez mais relevante para a categoria de roupas/calçados e acreditamos que a Lojas Renner esteja bem posicionada para se beneficiar da migração online”, acrescentou Fagundes.

A corretora enxerga que a forte perspectiva de crescimento dos lucros sustentará múltiplos altos, o que irá impulsionar o desempenho dos papéis pela frente. Apesar disso, a companhia não está livre de riscos, uma vez que terá que lidar com a concorrência mais agressiva, as despesas relacionadas às iniciativas digitais e o aumento da inadimplência na operação financeira.

A recomendação é de compra, com preço-alvo revisado de R$ 64 para o fim de 2020.

B2W (BTOW3)

B2w
A XP rebaixou a recomendação às ações da B2W de compra para neutro por acreditar que estejam devidamente precificadas

A XP rebaixou a recomendação às ações da B2W de compra para neutro por acreditar que estejam devidamente precificadas, com potencial de alta mais limitado.

“No entanto, acreditamos que a B2W esteja bem posicionada para continuar entregando um forte crescimento daqui para frente”, afirmou o analista. A estrutura de capital também deixa de ser uma preocupação, uma vez que a oferta de ações de R$ 2,5 bilhões da empresa garante recursos o suficiente.

“Esperamos que a geração de fluxo de caixa livre atinja R$ 80 milhões em 2019 (abaixo da meta de R$ 200 milhões para o ano), uma melhora significativa em relação à queima de caixa de aproximadamente R$ 200 milhões reportada em 2018”, avaliou a XP.

A Ame Digital não foi incorporada às estimativas. O preço-alvo para o fim de 2020 foi reduzido, passando de R$ 58 para R$ 57.

Magazine Luiza (MGLU3)

Por ter apresentado resultados fortes em todas as operações por vários trimestres consecutivos, a corretora espera que o Magazine Luiza siga em tendência positiva.

“Estimamos um crescimento médio anual de Vendas Mesmas Lojas (SSS) de 7,5% para 2019-2022 e de 30% para o GMV (Volume Bruto de Mercadorias) online no mesmo período”, apontou. “Com isso, esperamos que o online represente 65% do valor total de mercadorias vendidas pelo Magazine Luiza em 2023”.

Magazine Luiza
A empresa se encontra bem posicionada para se beneficiar do cenário de melhora econômica por conta de sua presença cada vez mais relevante no e-commerce (Imagem: Divulgação)

A empresa também se encontra bem posicionada para se beneficiar do cenário de melhora econômica por conta de sua presença cada vez mais relevante no e-commerce.

Ainda assim, a XP permanece com recomendação neutra para os papéis da companhia. O preço-alvo estipulado para o próximo ano foi aumentado, de R$ 39 para R$ 45.

“A concorrência é um risco importante que pode impactar materialmente nossas estimativas. Além disso, acreditamos que o potencial associado a algumas das possíveis novas iniciativas, como a Fintech, não estejam precificadas nos níveis de preço atuais”, explicou.

Carrefour Brasil (CRFB3)

Mesmo tendo apresentado um crescimento de vendas mais lento das bandeiras Carrefour e Atacadão, o que levou a revisões negativas de estimativas, a empresa apresentou resultados sólidos nas operações de varejo e do banco.

“Destacamos o forte crescimento de 8,8% de SSS de varejo reportado no terceiro trimestre de 2019, impulsionado por um crescimento forte do GMV online”, comentou Fagundes.

Investimentos tecnológicos também fortalecem a opinião de que o Carrefour está relativamente melhor posicionado para liderar a migração online no setor de varejo alimentar.

Carrefour
A recomendação neutra para a companhia se deve ao fraco desempenho esperado no curto prazo em sua principal operação, o Atacadão (Imagem: Reuters)

A recomendação neutra apresentada pela corretora se deve ao fraco desempenho esperado no curto prazo na principal operação da empresa, o Atacadão. O preço-alvo para o fim de 2020 passou de R$ 25 para R$ 20.

Lojas Americanas (LAME4)

A XP vê desafios que devem limitar o potencial de crescimento da Lojas Americanas no futuro. Somado a isso, a corretora acredita que o atual múltiplo de Preço/Lucro de 22,7 vezes em 2020 seja alto, considerando a estimativa de crescimento anual médio de lucro de aproximadamente 10% entre 2019 e 2022.

O otimismo com a B2W, em que a Lojas Americanas detém 62% de participação, continuará suportando positivamente o preço das ações no curto prazo, avaliou a corretora (Imagem: Renan Dantas/Equipe Money Times)

“No entanto, reconhecemos o sólido posicionamento da empresa como varejista líder no país, com uma base de lojas esperada de 1.700 unidades até o fim do ano e um alto poder de barganha com os principais fornecedores”, acrescentou o analista.

O otimismo com a B2W, em que a Lojas Americanas detém 62% de participação, continuará suportando positivamente o preço das ações no curto prazo. Adicionalmente, a parceria com a BR Distribuidora pode ocasionar em impulso de vendas mais forte do que o esperado.

A recomendação para as ações da companhia é neutra, com preço-alvo atualizado para o próximo ano de R$ 20.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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