Economia

As 10 declarações feitas hoje que revelam o impasse sobre a Previdência

05 dez 2017, 20:00 - atualizado em 05 dez 2017, 20:09

Não é para menos que os mercados hoje estavam otimistas à tarde, mas cautelosos no início da noite. Uma tempestade de declarações em “on” e “off” inundou a Bolsa de incertezas sobre a existência, ou não, de um número próximo aos 308 votos necessários para colocar o projeto da reforma da Previdência ainda em 2017 na Câmara dos Deputados. A ideia de realizar o 1º turno ainda este ano perde força a cada dia que passa.

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O Money Times listou, a seguir, 10 declarações de importantes figuras em Brasília para dar uma ideia da alta temperatura do caldeirão político que ferve com as articulações finais do governo. A intenção é que com as posições públicas das lideranças, seja possível atingir uma contagem de segurança para que Rodrigo Maia coloque a pauta à disposição do plenário:

1 – Não tem nem 170 votos. Não, pera – André Moura (PMDB)

Segundo a coluna Radar, de Veja.com, o líder do governo na Câmara, André Moura, admitiu a um deputado que, hoje, não há nem 170 dispostos a votar a favor da proposta do Palácio do Planalto. A informação foi depois desmentida pelo próprio parlamentar. Ele disse ter “quase certeza” que 308 votos serão alcançados.

2 – Votação no Senado em 2017. Ou não? – Eunício Oliveira (PMDB)

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, negou que tenha garantido ao presidente Michel Temer que colocaria em votação a reforma da Previdência antes do fim do ano caso ela fosse aprovada pela Câmara. A informação foi veiculada na imprensa no início desta semana e, segundo Eunício, é improcedente.

“A matéria está na Câmara. Eu não posso pautar uma matéria que não está aqui. Enquanto a Câmara não votar, eu não tenho nem sequer como pensar em pauta-la, não posso discutir quando ela vai ser ou não votada. Não sei nem se a Câmara vai votar”, acrescentou.

3 – Agora vai! – Michel Temer (PMDB)

Temer sinalizou que a reforma vai a voto na Câmara quando o governo conseguir os 308 votos necessários para a aprovação. Ele acredita que será ainda esse ano. “Acho que vai ser agora, pelo que estou sentindo”, disse o presidente. 

4 – Se não fecha, então está aberto – Paulo Bauer (PSDB)

De acordo com o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, o partido não deve fechar questão sobre a reforma. “Nós não precisamos fechar questão se o partido do presidente não fechou”.

5 – Andar com fé… – José Agripino (DEM)

O presidente nacional do DEM, José Agripino (RN), considerou pouco provável que a proposta seja aprovada pela Câmara e chegue ao Senado neste ou no próximo ano. “Não botem tanta fé nessa história da reforma da Previdência, tem muita espuma aí. Cuidado com as notícias”, disse à imprensa.

 6 – No mínimo! – Baleia Rossi (PMDB)

Do líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP): “Fechar questão é o mínimo que o partido do presidente da República pode fazer para garantir a estabilidade”.

7 – Não é fácil, mas agora está mais fácil – Eliseu Padilha (PMDB)

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que “cresceu muito” a probabilidade de aprovar a reforma ainda em 2017.  Ele mencionou, no entanto, que “não se tem facilidade”. “Cresceu muito a probabilidade de a gente aprovar, cresceu muito. Estamos avaliando. Claro que não se tem facilidade, mas cresceu muito”

8 – Apoio integral – Geraldo Alckmin (PSDB)

“Meu apoio à Previdência não é pela metade, é integral”, afirmou o tucano, lembrando que o governo paulista realizou a reforma em 2011. “Em nível federal, nós apoiamos a Previdência”, reiterou, para depois dizer que o fechamento de questão depende dos parlamentares. “Essa é uma questão do partido, que vai ouvir a bancada. Isso deve ocorrer amanhã (6)”.

9 – Calculadora na mão – Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “Vamos fazer conta primeiro para ver se a gente tem número. A gente não vai a voto sem número”.

10 – Ainda dá tempo, pessoal! – Arthur Maia (PPS)

O relator da reforma da Previdência (PEC 287/16), deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse hoje que ainda não há uma contabilidade dos votos e a ideia é fazer as contas a partir dos fechamentos de questão. “Se votarmos a 1ª semana que vem, dá para votar o 2º turno na outra”, disse para a Bloomberg.