Veganos mudam estratégia de maior fabricante de culturas lácteas
O maior fornecedor mundial da bactéria que transforma leite em queijo está ajustando a produção para reconhecer que o veganismo não é apenas uma moda passageira.
A Chr. Hansen, com sede ao norte de Copenhague, se prepara para uma desaceleração no mercado de laticínios frescos já que mais recursos são investidos em produtos alternativos, como iogurte à base de amêndoas.
“As alternativas à base de plantas precisam fazer parte de nossa estratégia: você pode questionar o quanto vai crescer, mas não pode dizer que é uma moda passageira”, disse o CEO Mauricio Graber, em entrevista.
Os comentários dão uma pista sobre onde a revisão estratégica da Chr. Hansen vai aterrissar. Graber, um ex-executivo da Givaudan que comanda a empresa dinamarquesa desde meados de 2018, está elaborando um plano de crescimento que ele pretende apresentar aos investidores em abril.
Embora Graber diga que a Chr. Hansen não está atrasada na estratégia para o mercado vegano, ele também reconhece que a empresa “provavelmente poderia ter iniciado nossos investimentos mais cedo”.
Fusões e aquisições
Graber diz ser improvável que a Chr. Hansen invista em fusões. Ele destaca a aquisição de US$ 26,2 bilhões da divisão de nutrição e biociência da DuPont pela International Flavors & Fragrance, que aumentou a aposta no campo de ingredientes.
Graber diz que a aquisição da IFF é um “negócio muito complicado” que provavelmente distrairá o comando. Em vez de replicar essas transações, a Chr. Hansen tentará colaborar com fabricantes de sabores e fragrâncias, disse.
Na quarta-feira, a Chr. Hansen divulgou resultados do primeiro trimestre fiscal que decepcionaram o mercado, em parte porque a empresa disse que sua estimativa anterior para a receita foi otimista demais.