Variante sul-africana do coronavírus alimenta alta recorde em casos de Covid-19 em Cuba
Cuba reportou um recorde de 1.207 novos casos de coronavírus nesta quinta-feira com a chegada de novas variantes mais contagiosas do vírus, como a descoberta primeiramente na África do Sul e que alimenta o pior surto na ilha desde o início da pandemia.
Embora o governo cubano tenha feito inicialmente um bom trabalho para conter as infecções, a abertura das fronteiras em novembro sem a requisição de testes negativos para a Covid-19, além da consequência das socializações de final de ano, provocaram um surto de casos que o lockdown e o toque de recolher não conseguiram conter.
As autoridades sanitárias, que reclamam de uma baixa percepção de risco entre os cubanos, já disseram que muitas das instituições dedicadas aos pacientes de Covid-19 estão cheias, e estão buscando novos centros para receber casos suspeitos e pacientes.
Entretanto, o celebrado sistema de saúde cubano não está próximo do colapso, segundo as autoridades.
O aumento no número de infecções acontece enquanto Cuba corre para desenvolver suas próprias vacinas contra a Covid-19, em vez de importar doses desenvolvidas em outras partes do mundo. O país tem duas vacinas experimentais atualmente em fase avançada de testes e que já estão sendo aplicadas em profissionais de saúde.
“Cientistas já determinaram que há uma presença crescente da variante descoberta na África do Sul, que é mais contagiosa e mais letal se não aprimorarmos a maneira como a tratamos”, afirmou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel no Twitter na quarta-feira.
O principal epidemiologista cubano, Francisco Durán, disse que 21.691 casos haviam sido detectados em abril, o que representa uma média de 1.032 infecções diárias no país que tem 11 milhões de habitantes. O número de mortos em abril, 134, já é 33 superior ao mês de março inteiro, disse Durán.