Comprar ou vender?

Varejo tem salvação? Esta empresa é a principal recomendação do Bradesco para reverter tendência negativa de vendas; veja

10 abr 2024, 15:59 - atualizado em 10 abr 2024, 16:01
varejo ações
Quero-Quero é a principal recomendação de Ágora e Bradesco como história de recuperação de receita (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

A Ágora e o Bradesco BBI atualizaram a recomendação de Lojas Quero Quero (LJQQ3) para compra, mostra relatório desta quarta-feira (9), assinado por Felipe Cassimiro e Flávia Meireles. O preço-alvo das ações para o final de 2024 foi elevado para R$ 7.

“LJQQ3 é agora nossa principal recomendação como história de recuperação de receita, dado que vemos espaço para ganhos de participação de mercado, impulsionados por um modelo de loja única e boa execução de seu plano estratégico”, avaliam.

  • LEIA TAMBÉM: O Money Picks analisou 30 carteiras recomendadas de diversas casas de análise e bancos para descobrir os melhores investimentos para abril; confira as top picks aqui

As ações da varejista negociam a um múltiplo “atrativo” de 4,5 vezes o EV/Ebtida estimado para 2025, com crescimento médio ponderado anual (CAGR) do Ebtida de cerca de 40% de 2024 a 2027. As casas esperam ainda um salto de mais de 12 pontos percentuais no retorno sobre o capital investido (ROIC) até 2027.

As novas perspectivas vêm após uma revisão das recomendações e preços-alvos das companhias na cobertura de Ágora e BBI, avaliando quais histórias têm maior probabilidade de reverter as tendências negativas de vendas nos últimos dois anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vão recuperar vendas, mas seguem ‘neutras’

Segundo Cassimiro e Meireles, Alpargatas (ALPA4), Pão de Açúcar (PCAR3) e CVC (CVCB3) estão no segundo nível de empresas com probabilidade de iniciar uma recuperação de vendas nos próximos anos. No entanto, não é suficiente para alterar a recomendação neutra.

As empresas buscam estratégias construtivas, dizem. Alpargatas trabalha na simplificação do portfólio de produtos, enquanto Pão de Açúcar busca melhorar o atendimento ao cliente e CVC aperfeiçoar o sortimento de produtos.

“Notavelmente, começamos a ver uma recuperação nos últimos trimestres em todas as três empresas nas suas principais divisões, o que também é favorecido por bases de comparações fracas”, avaliam os analistas.

As empresas com situações de receita ‘mais complexas’

Já em relação a Zamp (ZAMP3), Natura (NTCO3) e Petz (PETZ3), os analistas veem situações de receita “mais complexas sendo resolvidas nos próximos anos”.

“Algumas das questões que prejudicam as nossas estimativas incluem: maior exposição às praças de alimentação e direções estratégicas incertas; loja complexa, canal e exposição geográfica; e longos processos de integração relativos a movimentos inorgânicos”, afirmam.

Para Natura, embora ainda enfrente uma situação desafiadora de receita, as casas ainda gostam da tese devido à melhoria da margem na Avon. A ação é, inclusive, uma das principais opções das casas no setor de varejo, junto com Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASAI3).

Sobre a Petz, as casas rebaixaram a recomendação para neutra, com um cenário desafiador de curto prazo pesando no sentimento em relação às ações. O preço-alvo também foi cortado para R$ 4,50.

“Preocupamo-nos com a concorrência intensa que mantém o crescimento contido e as margens apertadas. Assim, rebaixamos a recomendação das ações, pois as consideramos razoavelmente avaliadas com múltiplo EV/Ebitda em 5,5x estimado para 2025, com base em um CAGR do Ebitda inferior a 12,5% no período de 2023 a 2026 e expansão limitada do ROIC, para cerca de 6% até 2026”, dizem.