Varejo: É possível lucrar após ‘efeito Americanas (AMER3)’? Veja as escolhas do BTG
O BTG Pactual tem uma visão conservadora para o setor de varejo, devido às perspectivas macroeconômicas domésticas e globais.
Dessa maneira, o banco preferencia empresas expostas à reabertura da economia, mas com algum poder de precificação e momentum operacional sólido, como Arezzo (ARZZ3) e Mercado Livre (MELI34).
Para o BTG, as varejistas de alimentos também oferecem proteção contra a inflação, sendo Assaí (ASAI3) a top pick no segmento. Ainda, o banco aponta que a volatilidade do curto prazo pode favorecer nomes mais resilientes, como a Raia Drogasil (RADL3), mesmo com o valuation mais caro em 30x Preço/Lucro 2023.
Perspectivas para o varejo
Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disseli, Victor Rogatis e Luiz Temporini, que assinam relatório, apontam que o cenário macroeconômico vem impactando o setor de varejo nos últimos trimestres e está é uma tendência volátil que deve persistir nos próximos meses.
O time de analistas destaca que a Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia deixaram a maior parte do mundo cambaleando com os efeitos da estagflação.
Nesse cenário, os analistas usam correlação e regressões entre as variáveis econômicas e o crescimento da receita das empresas, além de uma comparação com o crescimento das vendas no varejo no Brasil para avaliar o setor.
O BTG aponta que uma conclusão básica é a existência de uma conexão positiva entre o crescimento da receita e o crescimento do PIB, confiança do consumidor e intenções de compra, enquanto a taxa Selic, o índice de incerteza e o endividamento das famílias seguem a direção oposta.
“No curto prazo, o momento do setor deve ser ditado, principalmente, pelo fluxo de notícias político/econômico (e por dados sobre essas variáveis econômicas), mas ainda vemos empresas expostas aos segmentos farmacêutico e varejistas de alimentos, bem como players mais expostos a famílias de renda mais alta, como outperformers (desempenho esperado acima da média do mercado)”, completa.