Varejo cresceu 2,3% reais em agosto, aponta Índice Cielo
As vendas no varejo brasileiro cresceram 2,3% em agosto, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado hoje. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista sem descontar a inflação, o ICVA apresentou alta de 5,7%.
O resultado do mês foi beneficiado na comparação com o mesmo mês do ano passado porque houve um sábado a mais, dia de vendas fortes, e uma quarta-feira a menos ao ajustar o ICVA deflacionado para esses efeitos não recorrentes, a alta seria de 1,4%. O ICVA nominal, por sua vez, registraria alta de 4,8%.
“Esta pequena desaceleração de julho para agosto está em linha com a trajetória que observamos desde o início do ano. O ritmo de crescimento do varejo vem arrefecendo. Parece que lojistas e consumidores ainda esperam uma melhora no cenário macroeconômico”, afirma o diretor de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto.
Dia dos Pais
Sem descontar a inflação, as vendas cresceram 6% na semana do Dia dos Pais em relação ao mesmo período do ano passado. O setor de destaque foi o de Supermercados, que apresentou crescimento de 11,8%. O bloco de presenteáveis (Varejo Alimentício Especializado, Cosméticos, Óticas e Joalherias, por sua vez, cresceu 2,1%.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado em agosto pelo IBGE, apontou alta de 3,43% no acumulado dos últimos 12 meses, com uma aceleração em relação ao número registrado em julho (3,22%). Os grupos de Transportes, Habitação e Alimentação fora do domicílio contribuíram para a aceleração do índice.
Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado em agosto ficou em 3,3%, com aceleração em relação a julho (2,8%).
Não duráveis e Vestuário puxam vendas
Descontada a inflação, todos os blocos que compõem o ICVA apresentaram crescimento em agosto quando comparados com agosto do ano passado, exceto o bloco de Serviços. No grupo de Bens Não Duráveis, o setor de Drogarias e Farmácias puxou o resultado para cima novamente, enquanto o setor de Veterinárias e Pet Shops puxou o indicador para baixo.
No bloco de Bens duráveis e semiduráveis, o destaque foi o setor de Vestuário e Artigos Esportivos, que contribuiu positivamente para o resultado. O setor de Óticas e Joalherias contribuiu negativamente para o resultado.
No grupo de Serviços, o crescimento foi puxado pelos setores de Alimentação em Bares e Restaurantes, enquanto o maior destaque negativo foi o setor de Turismos que puxou o índice para baixo.
Norte e Sudeste têm desaceleração
As regiões brasileiras Norte e Sudeste apresentaram desaceleração na passagem mensal, segundo o ICVA Deflacionado com ajuste de calendário. As regiões CentroOeste e Nordeste registraram leve aceleração enquanto o Sul manteve o mesmo patamar.
Pelo ICVA deflacionado sem ajustes de calendário, comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado na região Sul apresentou alta de 5,5%, seguida pelas regiões Norte e Centro-Oeste, com 4,9% e 3,5% respectivamente. A região Nordeste registrou alta de 3,2%. A retração no Sudeste foi de 0,1%.
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação –, os destaques foram as regiões Sul e Norte, com altas de 8,3% e 7,8%, respectivamente. Centro-Oeste e Nordeste apresentaram crescimento de 6,4% e 6,1% em agosto. Já o Sudeste registrou crescimento de 4,8%.
Índice acompanha 1,4 milhão de varejistas
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por 1,4 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.