Varejo cresce 18% em março e marca o 5º mês seguido de alta, segundo o ICVA
As vendas no varejo em março de 2022 cresceram 18,0%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês em 2021. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apresentou alta de 33,4%.
O crescimento expressivo está fortemente relacionado com a base comparativa. Em março do ano passado, o comércio foi afetado pela adoção de medidas de isolamento mais restritivas, decorrentes do recrudescimento da pandemia da covid‐19.
Efeitos de calendário, em contrapartida, prejudicaram o resultado do índice. O principal fator foi o Carnaval, celebrado em março enquanto em 2021 a data caiu no mês de fevereiro. Nem o fato de ter havido um a quinta‐feira, dia tradicionalmente de vendas fortes no comércio, a mais foi capaz de compensar a queda provocada pelo Carnaval. Desconsiderando os ajustes de calendário, o índice nominal apresentou crescimento de 34,9% e, descontando a inflação, 19,3%.
De acordo com o head de inteligência da Cielo, Pedro Lippi, mesmo com o aumento expressivo das vendas registrado em março, o varejo ainda não voltou ao patamar verificado antes da pandemia. “Nosso índice, quando deflacionado, mostra que as vendas ainda estão 6,4% abaixo. Os setores de serviço, como Turismo e Transporte e Bares e Restaurantes, apesar dos crescimentos observados nos últimos meses, ainda estão abaixo do período pré pandemia, bem como o setor de Vestuário.”, afirma.
“Mesmo diante desse cenário, é possível dizer que o varejo está em processo de retomada. Março foi o quinto mês seguido de alta”.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 11,3% no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 1,62% em março.
O preço da gasolina, que subiu 6,95%, foi o que mais impactou o índice. Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado foi de 13,03% em março, acelerando em relação ao índice registrado no mês anterior.
Setores
Descontada a inflação e com o ajuste de calendário, os macrossetores de Bens Duráveis e Semiduráveis e de Serviços registraram aceleração nas vendas em relação a fevereiro. Já Bens Não Duráveis sofreu desaceleração.
O destaque no macrossetor de Bens Duráveis e Semiduráveis foi o segmento de Vestuário. No macrossetor de Bens Não Duráveis, um dos segmentos que mais colaboraram para a aceleração foi Turismo e Transportes. Já o macrossetor de Bens Não Duráveis, que desacelerou, foi impactado negativamente pelo segmento de Drogarias e Farmácias.
Regiões
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, todas as regiões apresentaram crescimento em relação a março do ano passado.
A região Sul registrou alta de 24,1%, seguida da região Centro‐Oeste (+24,0%), Norte (+20,3%), Nordeste (+19,4%) e Sudeste (+18,2%).
Segundo o ICVA nominal com ajuste de calendário na comparação com março de 2021, as vendas na região Centro‐Oeste cresceram 39,1%, seguida da região Sul (+38,2%), Nordeste (+36,0%), Sudeste (+33,3%) e Norte (+31,5%).
Veja o documento do ICVA: