Comprar ou vender?

Varejo brasileiro está em risco com anúncio da H&M no Brasil? Veja impacto para Lojas Renner (LREN3)

17 jul 2023, 13:20 - atualizado em 17 jul 2023, 13:20
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Varejo brasileiro deve ganhar mais uma concorrente em 2025 (Imagem: Freepik/@snowing)

A varejista de moda H&M anunciou lançamento de lojas físicas e e-commerce no Brasil em 2025. O anúncio faz parte da expansão da companhia na América do Sul.

Em 2012, a H&M estreou sua loja no México e está presente no Peru, Uruguai, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Panamá e Costa Rica.

O analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, avalia que varejistas estrangeiras têm visto não só o Brasil, mas a América Latina com muito potencial.

“A entrada no país com maior dimensão e maior quantidade de população faz todo sentido. Apesar das notícias de que o país está ruim, quando colocamos em perspectiva e relativamente a outros países que são bem menores, a nossa economia está entre as 10 maiores do mundo”, avalia.

No entanto, Ferrer pontua que existem desafios em se posicionar no país, considerando as dificuldades logísticas e tributárias, que contrapõem os benefícios da vinda para o Brasil. A exemplo disso, pontua que a Forever 21 deixou suas operações no país.

Dessa maneira, o analista destaca que companhias estrangeiras que vêm para o Brasil devem ter atenção para não dar “um passo maior do que a perna”. Neste sentido, a expectativa é de que a H&M chegue de forma gradativa a partir de 2025.

Confira toda a análise de Fernando Ferrer no Giro do Mercado desta segunda-feira (17):

Varejo de moda brasileiro sentirá impacto?

Ferrer avalia que o varejo de moda no Brasil é muito fragmentado, o que abre espaço para diversos competidores.

“O que seria interessante ver é que as companhias brasileiras se antecipassem e tentassem, através de agendas de produtividade, melhorar suas margens, melhoras a percepção de suas marcas e processos para, quando essa competição chegar em 2025, elas estarem mais preparadas”, explica.

Caso isso não ocorra, pontua que será mais um ponto dentro da “tempestade perfeita” que essas companhias que estão focadas nas classes sociais até média renda enfrentam.

Lojas Renner ameaçada?

A H&M é a segunda maior varejista do mundo, atrás apenas da Zaranome que bate de frente com Lojas Renner (LREN3) no Brasil.

Ferrer separa o varejo em dois blocos: aquele voltado para alta renda e o outro com foco em média renda para baixo. Dessa maneira, destaca que as companhias voltadas para alta renda têm maior resiliência e estão menos sensíveis ao preço e conseguem manter um fluxo de venda mais estável.

Em contrapartida, as focadas em média renda para baixo, como o caso da Renner, são mais sensíveis. A inadimplência das famílias, por exemplo, impacta a varejista de moda, inclusive com redução do fluxo de vendas.

Com isso, Ferrer explica que a entrada de novos competidores com poder de marca pode pressionar as margens da companhia. “É um cenário ainda incerto, mas com potencial de ser danoso para as operações dessas empresas de fast fashion de média para baixa renda”, explica.

Neste cenário, a recomendação para LREN3 é de venda, sendo o Grupo SBF (SBFG3) a recomendação de compra do analista no setor.

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