Varejo: B2W deve ser a grande ganhadora e Hering afundará ainda mais, prevê Santander
Com a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2020, cresce a expectativa de como as empresas irão sentir os impactos da crise provocada pela pandemia do coronavírus.
Para o Santander, o setor de varejo deve ser o mais atingido, “com a maioria das empresas sob nossa cobertura enfrentando impactos iniciais do lockdown”.
O fechamento de lojas físicas fez com que o e-commerce ganhasse ainda mais importância. E nesse segmento, quem reina absoluta é a B2W (BTOW3), controlada pela Lojas Americanas (LAME4).
“Na frente positiva, prevemos outro trimestre forte para a B2W, com o GMV (Volume Bruto de Mercadoria) total crescendo 26% em base anual, mostrando praticamente nenhum impacto da crise da Covid-19”, avalia o analista Ruben Couto, que o assina o relatório.
Outro setor que está em forte alta é o de alimentos. As prévias do Carrefour (CRFB3) e do Pão de Açúcar (PCAR3) mostraram essa tendência.
“Esperamos que o segmento de varejo de alimentos seja um dos poucos setores que realmente se beneficia com a crise, como foi observado no forte desempenho de vendas do Carrefour”, coloca Couto.
A rede de supermercados teve aumento de 12,5% na receita bruta do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, uma vez que as medidas de distanciamento social relacionadas ao coronavírus aumentaram as vendas em todos os formatos em março.
Lado ruim da moeda
Para o Santander, a Hering (HGTX3), que já vinha de uma situação nada confortável, deve enfrentar outro trimestre de desempenho decepcionante, “causado pelas vendas fracas de janeiro a fevereiro que se deterioraram ainda mais em março, após o surto de coronavírus”
A CVC Brasil (CVCB3) também sofrerá grandes perdas por conta da crise, avalia o banco.
“A empresa provavelmente foi a primeira enfrentar os impactos do Covid-19, já em fevereiro (indiretamente através da desvalorização do real)”, diz Couto.
Por fim, o analista prevê um “trimestre desafiador” para a Natura (NTCO3), à luz da aquisição da Avon.
“Estimamos uma queda de 4% na receita líquida consolidada no ano e uma queda de 28% no Ebitda consolidado”, afirma.