Varejo: As lições tiradas do 4T22 e o que esperar das empresas no 1T23
Encerrada a temporada de resultados do quarto trimestre de 2022, o mercado deve começar a focar no início de ano das empresas listadas na Bolsa.
Nesta última safra de balanços, o setor de varejo, em especial, chamou a atenção pela mudança de posicionamento de algumas companhias e pelo efeito da Copa do Mundo fora de época.
Para a XP Investimentos, cinco lições se sobressaíram dentro do setor:
- como esperado, o ambiente macroeconômico segue desafiador;
- a Copa do Mundo foi mais um “vilão” do que o “herói” da temporada, visto que acabou afetando o fluxo de pessoas (embora tenha beneficiado a demanda por eletrônicos);
- os serviços financeiros continuam pressionados devido à piora da inadimplência; e
- a geração de caixa e a rentabilidade são prioridades, dada a deterioração do macro.
“As altas taxas de juros e os fortes planos de expansão continuam pesando nas margens e nos custos da dívida das companhias. A eficiência operacional foi um dos principais tópicos abordado em várias teleconferências de resultados, principalmente nas linhas de despesas e capital de giro”, destaca o time de análise setorial da XP.
A lição que fica para 2023
As opiniões sobre o primeiro trimestre de 2023 são mistas. A XP espera que varejistas de alta renda mantenham tendências sólidas de crescimento, enquanto a postura para o segmento de e-commerce é mais otimista após o caso Americanas (AMER3).
Além disso, as empresas devem maneirar no ritmo de M&A (fusões e aquisições) e capex (investimentos), com exceção da Arezzo (ARZZ3).
No caso das redes de farmácias, a corretora espera que os players mantenham o indicador SSS (Vendas Mesmas Lojas) acima da inflação.
Para varejistas de vestuário de média renda e companhias em processo de reestruturação/recuperação, como Natura (NTCO3) e Multilaser (MLAS3), a perspectiva ainda é de resultados pressionados.