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Varejista Overstock recebeu duas intimações da SEC no fim de 2019, afirma relatório

17 mar 2020, 15:15 - atualizado em 17 mar 2020, 15:15
Overstock se apresenta como uma loja de varejo on-line, com diversos móveis e materiais de decoração (Imagem: Crypto Times)

Overstock, uma grande empresa de varejo on-line e empresa-mãe da tZERO, empresa de tecnologia em blockchain, recebeu mais duas intimações da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, em dezembro de 2019.

De acordo com o relatório anual de 2019 da Overstock, a investigação da Overstock pela SEC começou em fevereiro de 2018, quando a agência pediu que a varejista voluntariamente fornecesse informações sobre tZERO e sua oferta de security token (STO).

De acordo com a CoinDesk, a Overstock recebeu outros pedidos da SEC para apresentar documentos relacionados aos dividendos em ações da rodada de financiamento (Series A-1), a empresa chinesa de capital privado GSR Capital e suas comunicações com o antigo CEO Patrick Byrne.

Conforme consta no relatório, em dezembro de 2019, a Overstock recebeu mais duas intimações: uma “relacionada à transação da GSR e ao sistema alternativo de negociação executado pela tZERO ATS, LLC.” e a outra “pedindo pelas políticas internas de negociação [da Overstock], além de determinados contratos de trabalho e de consultoria”.

As iniciativas recentes de investigação vieram após uma estranha sequência de acontecimentos: um acordo de investimento problemático entre tZERO e GSR, além de uma liquidação de ações da empresa de US$ 90 milhões realizada por seu ex-CEO.

No início, a GSR Capital planejava investir mais de US$ 400 milhões na tZERO quando as duas empresas assinaram o acordo inicial. No entanto, a quantia prevista de financiamento foi reduzida para US$ 100 milhões em março de 2019 e, em seguida, para US$ 30 milhões um mês depois.

Quando o acordo foi finalmente fechado em maio, tZERO só recebeu US$ 5 milhões do compromisso de investimento, passando longe de seu objetivo de financiamento em 98,7%.

Após tamanha mudança, Makara Capital, que planejava investir US$ 100 milhões na tZERO, junto com a GSR Capital, desistiu do acordo.

SEC pediu que a Overstock apresentassse documentos relacionados aos dividendos em ações da rodada de financiamento, além de comunicações com o antigo CEO Patrick Byrne (Imagem: Unsplash/@pichler_sebastian)

Após esse acontecimento, Patrick Byrne e Gregory Iverson, CEO e CFO da Overstock na época, renunciaram em agosto e setembro de 2019, respectivamente. Um mês após sua renúncia, Byrne vendeu completamente sua parte da empresa, 13,6%, por aproximadamente US$ 90 milhões.

Logo após a liquidação de Byrne, Overstock anunciou uma orientação reduzida para o terceiro trimestre de 2019, o que fez investidores se perguntarem se o ex-CEO vendeu sua parte usando informações privilegiadas.

Na realidade, um investidor entrou com uma ação coletiva contra a Overstock, assim como dois antigos executivos, no fim de setembro do ano passado, acusando a empresa de publicar falsas e enganosas em relação ao desempenho financeiro da empresa.

De acordo com o relatório anual, a receita líquida da Overstock caiu em quase 20%, de US$ 1,82 milhões em 2019 para US$ 1,46 milhões. A empresa culpou seu desempenho financeiro insatisfatório à natureza custosa de se lidar com processos judiciais.

“Tais processos podem ser custosos, demandarem tempo e poderiam divergir ou distrair nossos principais funcionários de gestão de nossas operações comerciais”, afirmou o relatório anual.

“Por conta da incerteza dos processos e da dependência na quantia e no tempo perdidos, uma resolução desfavorável para algumas ou todas essas questões poderiam afetar materialmente nossa empresa, nossos resultados de operação, nossa posição financeira ou nossos fluxos de caixa.”