Vão-se os anéis, ficam os dedos: As concessões de Lula e Biden, melhores e piores investimentos de maio, Collor preso e outros destaques do dia
Acomodar interesses antagônicos não é fácil, seja nas relações pessoais, políticas ou econômicas. Há até quem considere a negociação uma forma de arte.
É claro que as partes envolvidas vão buscar o que consideram melhor para si, sejam lá quais forem os interesses e objetivos em jogo.
Nem sempre, porém, é possível alcançar um acordo equilibrado. Aliás, nos últimos anos, é o desequilíbrio que tem dado o tom nas negociações entre governos e parlamentos em diversas democracias liberais ao redor do mundo, inclusive Brasil e Estados Unidos.
Lá e cá, uma sucessão de eleições com resultado apertado, com governos eleitos incapazes de formar maiorias legislativas sólidas, tem deixado os últimos presidentes nas mãos de deputados e senadores. Nem sempre de maneira republicana.
Nos últimos dias, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden viveram momentos difíceis perante seus respectivos Congressos. Lula por causa da MP dos Ministérios; Biden pelo teto da dívida.
Em ambos os casos, os chefes de Estado saíram dos bastidores e entraram diretamente nas negociações. Na noite de quarta-feira, ambos aparentemente alcançaram seus objetivos — ou pelo menos o que foi possível alcançar.
Lula conseguiu evitar que a MP expirasse e a estrutura de seu governo voltasse a ser aquela de seu antecessor. Biden convenceu a Câmara a suspender o teto da dívida por dois anos, evitando assim um inédito calote norte-americano.
No entanto, nada disso saiu de graça. Tanto Lula quanto Biden precisaram entregar alguns anéis para não perder os dedos.
De qualquer modo, os mercados financeiros parecem reagir bem às novidades. A expectativa fica agora por conta dos números finais do PIB brasileiro no primeiro trimestre.
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BALANÇO DO MÊS
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A FATURA CRESCEU
CVM volta a multar ex-executivos da Oi (OIBR3) por irregularidades na fusão com Portugal Telecom. A xerife do mercado de capitais analisou eventuais irregularidades relacionadas à estrutura de controle e à implementação de operação societária após a transação, ocorrida em 2014.
ESTRADA DO FUTURO
3 ações de tecnologia fora do radar que chamaram a atenção (para o bem e para o mal) na temporada de resultados. Ações dessas empresas estavam relativamente esquecidas e deram um novo impulso de vida (ou morte) depois da última safra de balanços, segundo o colunista Richard Camargo.
IR 2023
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DESDOBRAMENTO DA LAVA JATO
Collor preso de novo? Ex-presidente é condenado a mais de 8 anos e vai ter que devolver uma bolada milionária aos cofres públicos. Segundo a acusação, ele teria recebido R$ 20 milhões, entre 2010 e 2014, como contrapartida por ter facilitado contratos para a UTC Engenharia.
Uma boa quinta-feira para você!