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Vantagem de fintechs sobre bancões pode diminuir com nova regra do Banco Central

24 nov 2021, 15:37 - atualizado em 24 nov 2021, 15:40
Fintech Tecnologia
O Banco Central está em fase de finalização da elaboração das novas regras de exigência de capital para bancos e fintechs (Imagem: Unsplash/@jonasleupe)

Uma nova regra do Banco Central, que eleva a exigência de capital para grandes fintechs, pode diminuir a diferença entre essas novas entreantes e os bancões, aponta a Ágora Investimentos em relatório enviado a clientes. 

O Banco Central está em fase de finalização da elaboração das novas regras de exigência de capital para bancos e fintechs.

Segundo o jornal Valor Econômico, as medidas devem restringir o tratamento de empresas relativamente novas que conquistaram participação de mercado significativa em algumas áreas.

“A notícia deve ser positiva para os bancos incumbentes, pois reduz a assimetria regulatória em relação aos novos bancos e fintechs”, afirmam os analistas Gustavo Schroden e Maria Clara Negrão.

Para a dupla, isso reduzirá parcialmente as vantagens competitivas das fintechs em relação aos bancos tradicionais.

Porém, a concorrência continuará acirrada, com os bancos tradicionais investindo na experiência do usuário, transações digitais e novos produtos.

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Filhote de bancos

Com a proximidade da abertura de capital do Nubank, que deve chegar à Bolsa valendo mais do que Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), os maiores bancos privados brasileiros aceleraram sua transformação digital. As instituições correm contra o tempo para atrair jovens clientes em suas plataformas digitais.

Next, do Bradesco, quer fechar o ano com 10 milhões de correntistas, enquanto o iti, do Itaú, pretende chegar a 15 milhões. O caminho dos “filhotes” dos bancos tradicionais, no entanto, é ladeira acima.

Somados, iti, Next e Superdigital (fintech do Santander) tinham 19,6 milhões de clientes no terceiro trimestre deste ano. O Nubank, conforme documento de sua oferta de ações, somava 48,1 milhões, sendo 47 milhões no Brasil.

A disputa não é só por quantidade. O Nubank afirma que a maior parte de seus clientes é jovem e tem menor renda, público que torce o nariz para bancos tradicionais. O papel das marcas digitais nos conglomerados é conquistar essa parcela do público sem cobrar tarifas.

Itaú e Bradesco destacaram que a maior parte dos correntistas de seus projetos não tem conta nas marcas principais.

“É um desafio. É um público jovem, de renda inferior”, afirmou o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, na teleconferência de resultados da instituição. O Itaú pretende gerar 50% das receitas do banco de varejo pelos canais digitais até 2025. O papel do iti é engajar aos produtos do banco um público que ainda não está lá.

*Com Agência Estado