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Vanguard abandona grupo que defende zerar emissões, em golpe para causa ESG

07 dez 2022, 19:27 - atualizado em 07 dez 2022, 19:27
Pilhas de moedas saindo da terra, com mudas de planta em cima, representando investimentos ESG
Na quarta-feira, a Vanguard afirmou que iniciativas da indústria como o desse grupo, conhecido pela sigla NZAM (Imagem: Shutterstock)

A Vanguard, maior administradora de fundos mútuos do mundo, afirmou nesta quarta-feira que está se retirando de uma importante iniciativa da indústria de investimentos para combater mudanças climáticas, explicando que deseja demonstrar independência e esclarecer suas opiniões para os investidores.

Grandes investidores, incluindo a Vanguard, com sede na Pensilvânia, enfrentam pressão de republicanos dos Estados Unidos sobre o uso de fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) na escolha e gestão de títulos.

Um foco de crítica tem sido o esforço lançado em 2020 para incentivar empresas de fundos a atingir metas de emissão líquida zero até 2050 e limitar o aumento das temperaturas globais.

Em novembro, o grupo tinha 291 signatários, representando cerca de 66 trilhões de dólares em ativos sob gestão.

A saída da Vanguard, que administra cerca de 7 trilhões de dólares em ativos, é um golpe para os esforços para organizar as indústrias para se afastarem dos combustíveis fósseis, embora o gestor do fundo tenha insistido que não afetará seu compromisso de ajudar investidores a enfrentar os riscos que a mudança climática pode representar para seus retornos de longo prazo.

Em maio, a Vanguard divulgou compromissos que havia assumido de acordo com os objetivos do grupo. Na quarta-feira, a Vanguard afirmou que iniciativas da indústria como o desse grupo, conhecido pela sigla NZAM, podem criar confusão.

“Decidimos nos retirar do NZAM para que possamos fornecer a clareza que nossos investidores desejam sobre o papel dos fundos de índice e sobre como pensamos independentemente sobre riscos materiais, incluindo riscos relacionados ao clima”, disse a Vanguard no comunicado.

A Vanguard não disponibilizou executivos para comentar. Mas sua declaração aborda uma crítica de alguns investidores e oficiais republicanos dos EUA de que esforços como o NZAM vão contra as regras antitruste.

Essa preocupação já havia levado a controladora da NZAM, afiliada à ONU, a suavizar uma política de financiamento de combustíveis fósseis.

Rivais da Vanguard, incluindo BlackRock, assumiram a posição oposta e disseram que sua participação no NZAM não entra em conflito com sua independência.

Daniel Wiener, presidente da Adviser Investments em Newton, Massachusetts e observador de longa data da Vanguard, disse que a retirada da empresa mostra que falta um líder forte em questões ESG.

“Recuar é simplesmente Vanguard soprando com os ventos da mudança constante. Eles não têm uma personalidade forte como Fink para defender uma causa”, disse Wiener.

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reuters@moneytimes.com.br
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