Mercados

Valuations no Brasil podem estar entrando em novo normal

22 jan 2020, 14:15 - atualizado em 22 jan 2020, 14:15
Bandeira do Brasil
Assumindo um custo de capital menor, o BofA calculou que o novo múltiplo justo do Ibovespa poderia estar perto de 15 vezes o lucro estimado (Imagem: Pixabay)

O rali de 46% ao longo dos últimos 24 meses pode ter deixado a impressão de que o mercado acionário brasileiro está caro.

Ainda assim, estrategistas de casas como Bank of America, JPMorgan e Santander avaliam que a bolsa brasileira continuará sendo negociada com prêmio em relação à média histórica e argumentam que há espaço para ganhos adicionais.

No nível do fechamento de segunda-feira, o índice Ibovespa negociava a 14 vezes o lucro estimado, o múltiplo mais elevado em mais de três anos e acima da média histórica de cinco anos de 11,9 vezes, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“Olhar para múltiplos históricos pode ser enganador”, escreveu David Beker, estrategista de ações para América Latina do BofA, em relatório de terça-feira. O Brasil “agora está em território desconhecido”, com reformas estruturais avançando e o Banco Central reduzindo a taxa básica de juros para mínimas históricas.

Assumindo um custo de capital menor, o BofA calculou que o novo múltiplo justo do Ibovespa poderia estar perto de 15 vezes o lucro estimado.

O rali brasileiro tem sido impulsionado por sinais incipientes de aceleração do crescimento econômico e pelo avanço no Legislativo da agenda reformista do governo. O otimismo também se refletiu no risco país, que caiu para níveis vistos pela última vez em 2010.

Emy Shayo, estrategista do JPMorgan, diz que outros países que avançaram com as chamadas reformas estruturais – como Índia e México – negociaram com prêmio por períodos “significativos” de tempo.

Uma fonte para ganhos adicionais pode ser o crescimento do lucro das empresas brasileiras, de acordo com os estrategistas Daniel Gewehr e Ricardo Peretti, do Santander. Segundo suas estimativas, apenas 22% do rali observado de meados de setembro de 2018 até 26 de dezembro de 2019 foi impulsionado por revisões nas projeções para resultados corporativos.

“Vemos leves revisões para cima do lucro por ação a partir de agora, com a aceleração do crescimento do PIB em 2020 sendo incorporada nas estimativas”, escreveram Gewehr e Peretti, em relatório de 6 de janeiro.

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