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Valter Outeiro: Resultados vão superar as estimativas

19 jul 2020, 11:02 - atualizado em 17 jul 2020, 19:37
Mercados Wall Street Ações
Questão central girará em torno dos guidances e de como as empresas planejarão retomar suas atividades (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Ao projetar os valuations até 2030, trazendo os lucros das empresas a valor presente e, com uma regressão linear múltipla de variáveis assintomáticas, cheguei à seguinte conclusão: os resultados do segundo trimestre vão superar as estimativas.

Além da parte do pessimismo demasiado nas estimativas dos analistas pela nebulosidade atual, narrativas em torno de ganhos de produtividade pela digitalização, otimização da mão-de-obra pela necessidade inevitável de cortes e a enxurrada por vir de fusões e aquisições devem dar suporte a certo otimismo temporário.

“Se eu jogar uma provisão aqui, uma linha para cá, mais um item ‘não recorrente’ pelo ‘evento extraordinário’, aliado a uma mensagem estrondosa do CEO do tipo ‘estamos preparados para quaisquer adversidades’, demonstro não estar tão ruim quanto todos imaginavam e, no final do jogo, é isso que importa: a sobrevivência”, narrativa não oficial.

Como eu confio nos modelos econométricos e nas planilhas de projeções, melhor acreditar na versão oficial.

Porto seguro

A temporada de resultados corporativos começou em alta nos EUA, com a maioria dos bancos com números acima das estimativas, alimentando impressão de preferência por Wall Street a Main Street pelo Federal Reserve, apesar do cheque mensal na conta dos norte-americanos.

Um ativo está ganhando força: o ouro (Imagem: REUTERS/Edgar Su)

No meio de toda essa loucura, um ativo ganha força: o ouro. A perda de valor do dólar diante dos estímulos inigualáveis do Federal Reserve, mais a busca por proteção em meio à (futura) bolha, faz com que o metal ganhe cada vez mais espaço.

Se não ficou claro, você pode visualizar aqui os motivos pelos quais o ouro será a nova renda fixa da década.

Criações, guidances e estímulos infinitos

A proliferação de produtos financeiros novos não é novidade para ninguém. Na coluna desta semana Mind The Gap, Marink Martins mostra de forma brilhante qual é o novo produto da moda em Wall Street.

De Nova York para a Faria Lima, a temporada de resultados no Brasil deve evidenciar todos os efeitos da paralisação da economia corrente. Isso todos já devem saber.

A questão central girará em torno dos guidances e de como as empresas planejarão retomar suas atividades.

Por fim, comunicado da decisão desta semana do BCE traz novo fazer “o que for necessário” de Mario Draghi, em versão atualizada:

“O conselho diretivo conduzirá compras líquidas de ativos sob o programa PEPP (Pandemic Emergency Purchase Programme) até o final de junho de 2021 e, em qualquer caso, até julgar necessário que a fase de crise do coronavírus está terminada”.

Até junho de 2021, estaremos garantidos.

Um forte abraço!

Aproveito para indicar a leitura sobre a 5ª onda do ouro, veja os melhores fundos de ouro que são confiáveis e lucrativos para você montar sua proteção financeira neste momento.