Valter Outeiro: O problema sempre está à frente
“O problema reside no que está a frente, não atrás”.
Quando Mohamed El-Erian, conselheiro econômico da Allianz, fala, todos ouvem. Ao comentar o Relatório de Emprego dos EUA em entrevista à Bloomberg e o desânimo dos mercados com os números “positivos”, sintetizou seu pensamento com a frase acima.
Não é por menos: a taxa de desemprego saltou da mínima histórica de 3,5% em fevereiro para 10,2% em julho, indicando melhora desde o pico de 14,7% visto em abril, porém ainda longe de ser um cenário animador.
Hoje nos EUA, mais de 16,8 milhões de pessoas estão desempregadas. Em fevereiro, perto do pleno emprego, somente um pouco mais de 6,2 milhões.
620% do PIB
Ao tentar ajudar a população norte-americana (de Wall Street) e trazer estabilidade, agora os ativos do setor privado dos EUA atingiram 6,2 vezes o tamanho da economia.
Somente para combater o Covid-19, US$ 20 trilhões foram criados – US$ 8 trilhões através de estímulos monetários e US$ 12 trilhões do lado fiscal, como aponta Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch. A quantia é um pouco mais de 20% do PIB mundial.
A hora e a vez do ouro?
Como exemplo, relações comerciais entre Rússia e China cada vez mais não utilizam dólares como forma de pagamento:
Se o dólar está em baixa, o euro tem seus problemas imutáveis e ienes são desvalorizados por natureza, a única alternativa restante reside no ouro.
Após ultrapassar a casa dos US$ 2.000, o que era resistência anterior, agora se torna suporte e, em 2021, com Biden presidente e os EUA começando a pagar a conta do Covid-19, até com um leve sinal de inflação, o ouro pode criar terreno fértil para disparar: se quiser ter acesso agora a oportunidade de uma década, clique aqui.