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Valter Outeiro: Felicidade e investimentos

13 set 2020, 11:00 - atualizado em 11 set 2020, 21:42
“Para acréscimo de renda ao longo do tempo, saber investir é condição mais do que necessária pelo efeito multiplicador da renda”, afirma o colunista (Imagem: Pixabay)

No livro “Advances in Happiness Research: A Comparative Perspective” da divisão japonesa da Springer, a professora de Economia Conchita D’Ambrosio da Universidade de Luxemburgo traz novo ferramental para avaliar a satisfação pessoal do indivíduo em relação à vida e a renda ao longo do tempo.

Para a acadêmica, a satisfação pessoal depende de quatro componentes, dois estáticos e dois dinâmicos.

Os dois primeiros, estáticos, são: (i) absoluto, padrão de vida do indivíduo no momento t atual; (ii) relativo, renda do indivíduo na comparação com outros no mesmo período t (no presente).

Os dois últimos, dinâmicos, são: (iii) componente dinâmico absoluto, como a pessoa em t-1 (no passado) chegou a sua renda em t (presente); (iv) componente dinâmico relativo, como outras pessoas atingiram a renda no momento t a partir de t-1.

Ao rodar sua pesquisa com dados da população da Alemanha de 1992 a 2007, D’Ambrosio traz algumas conclusões:

1) Os alemães estão satisfeitos quando comparados com mais pobres e se sentem privados ao se compararem com os mais ricos:

“Os alemães estão interessados em manter seus status: ser ainda mais rico do que os mesmos indivíduos aumenta a satisfação e ser mais pobre tem o efeito inverso”.

“Ao mesmo tempo, a presença de indivíduos que recentemente se tornaram mais ricos e mais pobres desempenha o papel informativo descrito no efeito túnel de Hirschman”.

2) As variações negativas na renda possuem efeito muito superior aos ganhos, confirmando a presença de aversão a perda.

Para acréscimo de renda ao longo do tempo, saber investir é condição mais do que necessária pelo efeito multiplicador da renda.

Com base no artigo de D’Ambrosio, o investimento afeta diretamente o componente dinâmico absoluto, ao proporcionar uma renda maior para você no presente, agora, neste domingo, se você tivesse comprado ações boas no passado.

Quando a maré encher (a hora da ressaca)

Sobre os mercados nesta semana, diante da volatilidade alta, movimento rotacional de setores e realização de ganhos, nada melhor do que a frase de Stanley Druckenmiller à CNBC:

“Todo mundo ama uma festa… mas, inevitavelmente, depois de uma grande festa, existe certa ressaca”

Outra colocação também muito interessante feita por Druckenmiller, mostrando a distorção de preço e valor feita pelo Fed:

“Eu não tenho ideia de como o mercado se comportará no curto prazo. Não sei se subirá 10%, tampouco se cairá 10%”

Deixo gráfico do J.P. Morgan Asset Management sobre os déficits públicos dos EUA próximos ao nível pós-guerra.

Déficit público americano dispara

Não existem substitutos melhores

Antes de ir, o gráfico da década, cortesia da equipe de pesquisa do Bank of America Merrill Lynch:

FAAMG representa maior concentração do índice S&P 500

Se por um lado desconfio da concentração, por outro escrevo neste minuto no Microsoft Word e utilizei o Google Chrome (da Alphabet) para acessar sites (Zero Hedge) para ver os gráficos.

Igual você, em um celular Android ou iOS (da Apple), que provavelmente ainda hoje dará uma navegada no Instagram ou no Facebook.

Venha para a Inversa. Estamos aqui sempre. E para sempre. Assim como as FAAMG.

Um grande abraço,

Valter

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