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Valter Outeiro: China 2050, EUA 2020

18 out 2020, 11:00 - atualizado em 16 out 2020, 21:26
EUA Bandeira
“Diante da provável perda de Donald Trump, da mais provável ainda judicialização das eleições e certo clima, provavelmente os estímulos cheguem tardiamente”, disse o colunista (Imagem: Unsplash/@bonniekdesign)

No livro “Profit, Accumulation, and Crisis in Capitalism”, o professor de economia Minqi Li da Universidade de Utah apresenta como EUA, Reino Unido, Japão e (por último) China viveram do auge a decadência, sendo a última marcada pela queda contínua das taxas de lucro.

Um ponto de atenção no texto é como a produtividade do trabalho na China, embora muito distante ainda dos EUA, chega a aproximadamente 60% em alguns setores (veículos e peças automotivas, por exemplo).

Além de toda contextualização histórica rica de Minqi Li, o gráfico a seguir é um dos que mais chama a atenção (o texto, apesar de ser de 2020, foi publicado antes da pandemia):

Fonte: Profit, Accumulation, and Crisis in Capitalism

Paralelamente, a equipe de análise do J.P. Morgan Asset Management destaca o fato da China ser uma das únicas economias do mundo a apresentar recuperação em “V”:

Fonte: Profit, Accumulation, and Crisis in Capitalism

“A China deve apresentar uma recuperação mais robusta, se apresentando como uma atrativa oportunidade de investimento pelas perspectivas menos favoráveis no restante do mundo”, diz a instituição.

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Consumo e emprego

Para o economista-chefe do Credit Suisse James Sweeney, a renda disponível para os norte-americanos é “uma variável essencial para a recuperação”.

“Sem sucesso no acordo [de estímulos fiscais nos EUA], as falências pessoais e empresariais devem provavelmente se acumular, significando um tempo maior para voltar ao pleno emprego”.

A declaração foi destacada durante entrevista no excelente Bloomberg Surveillance (todas as manhãs a partir das 8h00).

Diante da provável perda de Donald Trump, da mais provável ainda judicialização das eleições e certo clima, no mínimo, não amistoso entre republicanos e democratas, provavelmente os estímulos cheguem tardiamente.

Por outro lado, as vendas no varejo em setembro subiram 1,9% – mais do que o dobro do que o esperado pelos analistas

Além disso, a versão preliminar da confiança do consumidor divulgada pela Universidade de Michigan atingiu maior patamar desde abril durante outubro, em 81,2 pontos, embora longe da segunda maior marca da série histórica listada em fevereiro, de 101 pontos (a máxima histórica foi de 101,4 pontos em março de 2018).

Por último, o Morgan Stanley Wealth Management destaca a dificuldade para os empregos voltarem nos EUA:

Fonte: Bloomberg

Permanecemos de olho no consumo. E de vigília no emprego.

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Um grande abraço,

Valter