Valor do acordo bilionário da Braskem pode aumentar
Na sexta-feira, a Braskem (BRKM5) anunciou um acordo no qual a companhia se compromete a pagar R$ 1,7 bilhão a 17 mil moradores que tiveram suas casas danificadas em Maceió (além de R$ 1 bilhão em provisões para fechar alguns poços de mineração).
A decisão foi bem vista pelo mercado, uma vez que deve contribuir para que a petroquímica destrave sua venda, vista como uma das salvações para a Odebrecht
No entanto, a Coluna do Broadcast do jornal O Estado de S.Paulo destacou que o termo do acordo prevê que quem se sentir prejudicado poderá entrar na Justiça, o que ampliaria a conta a ser paga pela petroquímica controlada pela Odebrecht e a Petrobras (PETR4).
Os quatro bairros de Maceió, que foram afetados pela atividade de mineração de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), reúnem 40 mil pessoas.
As ações da companhia eram negociadas com ganhos de 1,20% a R$ 32,13, por volta das 11h25.
Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a Braskem volta a figurar como possibilidade de investimento para agentes internacionais após o acordo.
“Ainda mais porque o acordo prevê o desbloqueio de recursos, então, a Braskem consegue se desmobilizar e projetar um cenário mais simétrico, tanto em relação aos fluxos de caixa futuros, como na relação risco versus retorno”, completou.
Arbetman se referiu ao desbloqueio de R$ 3,7 bilhões do caixa da Braskem previsto no acordo. Desse montante, o acerto determina que R$ 1,7 bilhão serão transferidos para uma conta verificada por auditoria externa para uso por programa de reparação dos prejuízos às vítimas.
Segundo o vice-presidente de comunicação e desenvolvimento sustentável da Braskem, Marcelo Arantes, o acordo “abrange grande parte da solução” para os problemas surgidos com a movimentação do solo em Alagoas.
Ele afirmou que as chances de uma nova revisão na estimativa de população afetada e dos custos da Braskem com o processo é “mínima”, uma vez que o acordo foi acertado com base no próprio mapa de área atingida definido pela Defesa Civil. Em novembro, a estimativa da empresa envolvia 1.500 pessoas.