Valor de ações de companhias de saneamento muda de patamar com nova lei
O valor das empresas de saneamento atingirá outro nível com o novo marco legal do setor, afirmou o time de análise do Credit Suisse. O governo sancionou, com 11 vetos, a nova lei na última quarta-feira (15), abrindo caminho para incentivos e possíveis privatizações.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, vetou o artigo 16, que permite a renovação de contratos de programa com prazo máximo de vigência de 30 anos, mas manteve o primeiro parágrafo do artigo 14, um “fast-track” de privatização.
“Na nossa visão, o veto inesperado para a extensão de contratos existentes deve acelerar os investimentos, uma vez que leilões precisariam alocar contratos e a atratividade dos cenários de privatização aumentariam”, disse Carolina Carneiro, analista do banco que assina o relatório enviado aos clientes.
No caso do “fast-track” de privatização, o Credit Suisse apontou a possibilidade de gerar incertezas legais, visto que nem todos os prefeitos estão aptos a realizar mudanças.
“Em um cenário como esse, governadores podem optar pela segurança e procurar suporte em cidades maiores para reduzir os riscos de litigação em caso de privatização”, destacou Carneiro.
Visão positiva
O Credit Suisse reforçou sua visão positiva para o setor, mesmo em um cenário de mudança dos vetos.
“Está claro que o governo está pressionando por melhorias”, afirmou Carneiro. “E os cenários mostram mais potenciais de valorização do que de desvalorização dos preços atuais das ações se o regulamento realmente mudar”.
O banco tem recomendação neutra para a Copasa (CSMG3), com preço-alvo de R$ 67. Para Sabesp (SBSP3) e Sanepar (SAPR11), a recomendação é de compra, com preços-alvos indicados de R$ 62,90 e R$ 35,70, respectivamente.