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VALE3 ou CSNA3? Uma ação ganha mais com vitória de Lula e outra com a de Bolsonaro; veja cada cenário

17 out 2022, 15:23 - atualizado em 17 out 2022, 15:23
Vale
Em caso de eleição de Lula, a Genial Investimentos avalia que as mineradoras Vale e CSN Mineração se beneficiariam com base no cenário de desvalorização cambial (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Ações de mineradoras e siderúrgicas costumam ser pressionadas por diversos fatores em comum. A variação dos preços do minério de ferro e a situação econômica na China são apenas dois motivos que podem explicar o sobe e desce dos papéis no mercado.

Porém, quando o tópico recai sobre eleições presidenciais, as perspectivas para mineração e siderurgia traçam caminhos opostos.

Segundo a Genial Investimentos, um segmento se sairia melhor dentro de um cenário em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é eleito e outro se beneficiaria mais em caso de reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

A corretora explica que, enquanto a mineração se destaca pelo aspecto exportador, uma vez que está mais atrelado ao minério de ferro – e este mais vinculado ao dólar -, as empresas de siderurgia do mercado doméstico são dependentes da demanda brasileira.

“O consumo, por exemplo, de aço plano é fortemente correlacionado com o crescimento do PIB, enquanto o de aço longo com a construção civil e os números de lançamentos”, destaca a Genial. Ainda assim, a corretora lembra que as siderúrgicas são fortemente dependentes do dólar pelo fato de o preço de aço no Brasil seguir as referências internacionais, como o minério de ferro.

Em caso de vitória de Lula

Considerando as características citadas acima, em caso de eleição de Lula, a Genial avalia que as mineradoras Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) se beneficiariam com base no cenário de desvalorização cambial.

A Genial reforça que grande parte das receitas destas empresas é dolarizada, enquanto os custos são “primordialmente” em reais. Portanto, as ações seriam alternativas importantes para quem deseja exposição em moeda estrangeira como forma de proteção em relação ao câmbio.

“Porém, é importante mencionar o discurso do time do Lula, que já mencionou a possibilidade de elevação da taxa de royalties cobradas na Serra dos Carajás, o que impactaria negativamente as operações da Vale na região”, ressalta.

Em caso de vitória de Bolsonaro

Caso o Bolsonaro saia vencedor na disputa eleitoral, o cenário esperado de valorização cambial tiraria um pouco a atratividade das mineradoras, explica a Genial.

Se Bolsonaro for reeleito, a equipe de análise da Genial Investimentos prefere o lado siderúrgico das empresas sob sua cobertura (Imagem: REUTERS/Tyrone Siu)

As siderúrgicas, por outro lado, aproveitando a manutenção das reforças do governo atual e com a injeção de investimentos privados, levando ao crescimento do PIB, sentiriam uma demanda mais resiliente.

A corretora explica que uma demanda firme levaria à manutenção de spreads metálicos mais elevados.

“Esse lado também é reforçado pela queda na taxa de juros, estimulando o setor de construção civil beneficiando a parte de aços longos”, completa a Genial.

Resumindo: em caso de eleição de Lula, a Genial tem preferência pelo setor de mineração; se Bolsonaro for reeleito, a equipe de análise prefere o lado siderúrgico das empresas sob sua cobertura, como CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5).

3T22 das commodities

Na avaliação do Itaú BBA, o setor de mineração e siderurgia devem reportar dados mais fracos na temporada de resultados do terceiro trimestre de 2022, enquanto a indústria de papel e celulose mostrará números recordes.

Empresas como Vale e CSN devem sofrer por conta de preços de minério de ferro menores, uma performance mais fraca de volumes no mercado doméstico de aço e maiores custos de produção, diz a instituição.

Pelas estimativas do BBA, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Vale deve cair 18% no comparativo trimestre, com a forte correção dos preços realizados de minério de ferro mitigando volumes ligeiramente melhores.

No caso de CSN, o BBA espera que a companhia reporte números sequencialmente mais fracos no terceiro trimestre, com o Ebitda recorrente se mostrando em mais ou menos R$ 2,78 bilhões (queda trimestral de 15%).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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