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VALE3, CMIN3, CSNA3, GGBR4 ou USIM5? Só uma ação está em ponto de compra, avalia Genial

02 fev 2023, 15:50 - atualizado em 02 fev 2023, 15:50
Minerio de Ferro
Alta do minério de ferro não é duradoura, diz Genial Investimentos (Imagem: Reuters/Tim Wimborne//File Photo)

A Genial Investimentos assumiu a cobertura do setor de mineração e siderurgia. Das cinco ações que a corretora passou a olhar, apenas uma ganhou recomendação de “comprar”.

Com a flexibilização da política de Covid Zero na China, os preços do minério de ferro começaram a se recuperar no fim do ano passado, levantando as empresas do setor listadas na Bolsa. Porém, o ritmo de retomada da atividade econômica chinesa ainda é uma incógnita e divide o mercado.

Os analistas menos otimistas acreditam que é questão de tempo até que a trajetória de alta seja revertida. É o caso da Genial Investimentos, que levanta o alto nível de incerteza em relação ao crescimento do gigante asiático.

“Acreditemos que o impulso de crescimento no curto prazo com a saída da política de Covid Zero não deve ser entendido como o retorno do crescimento exuberante da economia chinesa”, afirma o time de análise da casa, em relatório atualizado nesta quinta-feira (2).

A Genial entende que o cenário de alívio vivido pela economia chinesa em 2023 “marcará o início de um processo de desaceleração da atividade econômica”. As projeções da instituição consideram que a China sairá de uma taxa de crescimento de 5% ano a ano para 2% ano a ano em 2050.

“Nesse cenário, devido à relevância da China no mercado global de commoditiesacreditamos que há um viés descendente para o preço das commodities, sobretudo do minério de ferro, após os primeiros meses de 2023″, dizem os analistas.

Outro ponto destacado por eles é a pressão que a crise no setor imobiliário está causando sobre a economia da China. A Genial comenta que os indicadores ainda apontam para uma trajetória de contração do setor, mesmo com o fim das restrições e os estímulos do governo.

Dentro disso, a alavancagem das incorporadoras é um ponto de atenção, avalia. As intervenções dos governos a fim de evitar uma perda na oferta de imóveis permitiram que o mercado imobiliário “se alavancasse mais do que é saudável financeiramente”.

Segundo a Genial, as empresas do setor possuem múltiplo dívida líquida/equity de aproximadamente 1,4 vez, enquanto os índices normais variam de -0,2 vez a +0,2 vez.

GGBR4, a única que vale “compra”

A maioria das ações do setor recebeu recomendação de “manter” pela Genial, com exceção da Gerdau (GGBR4). Os papéis da siderúrgica têm classificação de “comprar”, com preço-alvo de R$ 38, apesar do cenário macroeconômico mais desafiador esperado para 2023.

Na avaliação dos analistas, a Gerdau está geograficamente bem posicionada, o que cria uma proteção contra a deterioração da economia em meio ao cenário de juros elevados. Eles citam ainda que o mix de produtos da companhia oferece exposições aos mercados mais aderentes.

Além disso, a Genial defende que a Gerdau conta com “vantagens claras” no processo produtivo nas usinas, colocando-a à frente na competição em relação aos pares.

Segundo a corretora, o que explica o fato de a siderúrgica ser top pick é que, mesmo com a desaceleração da demanda, ela conseguiu aumentar seus preços realizados.

A Genial ressalta, no entanto, que os resultados mais fracos do quarto trimestre de 2022 devem servir de alerta.

“Porém, vale lembrar que a expectativa de um trimestre mais negativo não apaga o feito da companhia no terceiro trimestre, evidenciando que seus pares sofreram mais e mais cedo”, diz.

A recomendação de “manter” ficou para Vale (VALE3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5), com preços-alvo de R$ 105, R$ 21,50, R$ 5,50 e R$ 8,60.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.