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Vale vê impacto em produção se falhar em aumentar capacidade de Brucutu

01 abr 2020, 10:27 - atualizado em 01 abr 2020, 10:29
Entrada da mina de Brucutu, da Vale, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG)
a Vale disse que equipes geotécnicas e operacionais estão testando alternativas de curto prazo para disposição de rejeitos em Brucutu (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

A Vale (VALE3) informou que poderá haver impacto no volume de produção de finos de minério de ferro em 2020, caso não tenha sucesso em tentativa de elevar a capacidade de produção em sua mina de Brucutu ou se não obtiver até o final do segundo trimestre uma reavaliação do nível de emergência da barragem Norte/Laranjeiras.

Em fato relevante nesta quarta-feira, a Vale disse que equipes geotécnicas e operacionais estão testando alternativas de curto prazo para disposição de rejeitos em Brucutu que buscam viabilizar o aumento de produção da unidade, que tem operado com 40% da capacidade. Em caso de sucesso, poderia operar com 80%.

A mina de Brucutu enviava rejeitos para a barragem Norte/Laranjeiras, que se encontra em nível 1 de emergência desde 2 de dezembro, segundo a mineradora.

Em fevereiro, a Vale já havia reduzido as estimativas de produção de minério de ferro no primeiro trimestre para entre 63-68 milhões de toneladas, devido principalmente a questões operacionais na mina de Brucutu, sua maior produtora em Minas Gerais, com capacidade anual de 30 milhões de toneladas.

Para o ano completo de 2020, a previsão atual da Vale para a produção de finos de minério de ferro é de entre 340 milhões e 355 milhões de toneladas.

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Inspeções

Em fevereiro, a Vale já havia reduzido as estimativas de produção de minério de ferro no primeiro trimestre para entre 63-68 milhões de toneladas (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

O alerta da mineradora sobre produção foi feito enquanto ela lida também com dificuldades relacionadas ao coronavírus.

Na véspera, a Vale afirmou que corre risco de enfrentar uma postergação da retomada de capacidade de produção devido a possíveis atrasos em inspeções, avaliações e autorizações decorrentes de impactos da atual pandemia.

A empresa foi levada a paralisar diversas atividades depois do rompimento de uma de suas barragens de rejeitos em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, e depende da conclusão de revisões de segurança e de aprovações de autoridades para retomá-las.

Ainda no comunicado desta quarta-feira, a Vale disse que continua aperfeiçoando seu Sistema de Gestão de Barragens (TMS), com ajuda de especialistas internacionais.

Em janeiro deste ano foi implementada a função de Engenheiro de Registro (EoR) como etapa adicional de avaliação de suas estruturas no Brasil, afirmou a empresa.

O EoR tem entre suas atribuições a realização da inspeção de segurança regular, bem como a emissão de relatórios técnicos mensais, interpretando continuamente os resultados das atividades de inspeção e monitoramento das estruturas.

A Vale disse que, após análise do EoR, foram emitidas 78 declarações de estabilidade (DCEs) positivas das estruturas de suas unidades operacionais de Minerais Ferrosos e Metais Básicos no Brasil, em atendimento a portaria da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Nove barragens, contudo, permanecem com DCEs negativas, nos níveis 2 e 3 do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM).