Vale (VALE3) respira aliviada nesta segunda (8); ação vai voltar a vingar após cair 20%?
A Vale (VALE3) disparou no pregão desta segunda-feira (8) e ajudou a empurrar o Ibovespa (IBOV) no começo da semana. As ações da mineradora saltaram 5,46%, cotadas a R$ 62,97, enquanto o principal índice da Bolsa subiu 1,63%, valendo 128.857 pontos.
O setor de mineração e siderurgia, no geral, subiu hoje. CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5) também figuraram entre as maiores altas do dia, avançando 4,71% e 5,85%, respectivamente.
As ações captam a alta do minério de ferro, avaliam analistas. Os preços futuros da commodity atingiram hoje o valor mais alto em quase duas semanas, impulsionados pela esperança de medidas para reforçar o fraco setor siderúrgico na China e pelas expectativas de uma onda de reabastecimento pós-feriado por parte das siderúrgicas do país.
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O contrato de setembro do minério mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia em alta de 3,19%, a US$ 109,42 a tonelada. Já o contrato de referência de maio na Bolsa de Cingapura subiu 6,15%, para US$ 104,4 a tonelada. Os valores são os maiores desde 26 de março.
O otimismo de hoje, no entanto, não muda a tendência para a commodity, diz o analista Júlio Borba, da Benndorf, ao projetar que esse mercado deve seguir fraco em 2024 e nos anos seguintes. A casa projeta que o minério feche o ano aos US$ 105.
“Podemos ver um alívio na segunda metade do ano, com novos estímulos da China, mas nada que altere a dinâmica de longo prazo”, afirma.
Vale vai voltar a vingar?
Apesar do alívio no pregão de hoje, as ações da Vale acumulam uma queda de mais de 20% no ano.
Borba, da Benndorf, diz que a mineradora deve seguir pressionada, mas dado ao “valuation atrativo, boas margens, baixos custos e boa geração de caixa” não irá sofrer com o cenário setorial mais difícil. A casa tem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 90.
Diante de incertezas quanto ao minério de ferro, diversas casas atualizaram as projeções para as ações do setor, como a Genial, o Itaú BBA e o BB Investimentos.
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Na semana passada, a Genial cortou o preço-alvo de VALE3 de R$ 82,50 para R$ 72,30. No entanto, a corretora segue com indicação de compra, baseado em um “valuation descontado demais para ser ignorado”.
Além da menor valor de realização de preço do minério, o valuation reflete:
- redução do enterprise value (valor da firma) no modelo ao agregar os pagamentos dos ajustes cobrados pelo governo brasileiro;
- leve endurecimento de premissas relacionados às condições de pagamento do acordo de Mariana;
- prêmio all-in projetado em US$ 2,7/toneladas para 2024, abaixo do guidance;
- custo C1 ex. compra de terceiros projetado em US$ 22,9/toneladas pars 2024;
- produção de minério de ferro estimada em 315 Mt para 2024, em linha com a banda intermediária do guidance, mesmo a Vale dando indicativos de que pode atingir a banda superior; e
- modificação na taxa de desconto, uma vez que a Genial cortou a projeção do PIB da China de longo prazo (2030) para 3,8%.
*Com informações da Reuters