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Vale (VALE3) prevê R$ 170 bilhões em acordo de Mariana, mas não bate o martelo; entenda

18 out 2024, 17:20 - atualizado em 18 out 2024, 17:23
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(Imagem: Reuters)

A Vale (VALE3) prevê pagar cerca de R$ 170 bilhões no acordo de indenizações de Mariana, mostra fato relevante enviado ao mercado nesta sexta-feira. Apesar disso, a companhia diz que o acordo não foi assinado e terá que ser aprovado pelas partes, incluindo o conselho de administração.

No documento, a mineradora diz que o montante inclui:

  • R$ 38 bilhões em valores já investidos em medidas de remediação e compensação;
  • R$ 100 bilhões pagos em parcela4 ao longo de 20 anos ao Governo Federal, aos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e aos municípios, para financiar programas e ações compensatórias vinculadas a políticas públicas;
  • ▪ R$ 32 bilhões em obrigações de execução da Samarco, incluindo iniciativas de indenização individual,
    reassentamento e recuperação ambiental.

“A Vale reafirma seu compromisso de apoiar a Samarco na reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão e com a obrigação previamente acordada pelos acionistas de financiar, até uma parcela de 50%, os valores que a Samarco eventualmente deixar de financiar como devedor principal”, diz.

Considerando o valor financeiro em questão, e com base nas expectativas preliminares de saída de caixa, a Vale estima que R$ 5,3 bilhões (US$ 956 milhões) serão adicionados aos passivos associados à reparação de Mariana nos resultados do terceiro trimestre de 2024.

O cronograma estimado para desembolso será atualizado oportunamente.

Acordo deverá ser assinado em 25 de outubro

As mineradoras Vale, BHP e Samarco devem assinar em 25 de outubro o acordo de cerca, disseram à Reuters nesta sexta-feira duas fontes com conhecimento do tema.

O acordo, que inclui pagamentos já realizados pelas empresas, recursos novos e obras a cargo das mineradoras, está sendo apresentado a movimentos sociais nesta sexta-feira em Belo Horizonte, segundo uma das fontes.

Procuradas, as mineradoras não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

A Vale havia previsto anteriormente que o acordo seria assinado neste mês, mas não havia ainda uma data divulgada.

O colunista Lauro jardim, do jornal O Globo, publicou primeiro a data prevista para a assinatura do acordo mais cedo nesta sexta-feira.

Vale: O que foi o desastre de Mariana?

O rompimento de barragem da Samarco — uma joint venture da Vale com a BHP — ocorreu em novembro de 2015 e liberou uma onda de lama gigante que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu comunidades, florestas e rios, inclusive o rio Doce em toda a sua extensão até o mar no Espírito Santo.

As negociações para um acordo definitivo sobre o tema vem ocorrendo há anos e envolvem diversas instituições de Justiça, poder público, ministérios públicos federal e estaduais (MG e ES), bem como defensorias públicas da União, Minas Gerais e Espírito Santo, representando as comunidades atingidas.

No mês passado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia confirmado que o acordo deveria totalizar 167 bilhões de reais, sendo 100 bilhões de reais a serem pagos a autoridades e 30 bilhões de reais para executar obrigações que permanecerão sob responsabilidade das mineradoras.

Além disso, as companhias também dizem ter investido cerca de 37 bilhões de reais em ações compensatórias e indenizatórias, desde o rompimento até junho deste ano.

Acordo da Vale pode jogar luz nos dividendos

Em junho, a empresa, junto com BHP e Samarco, apresentaram às autoridades nova oferta de acordo indenizatório pelo rompimento em Mariana, estimando um desembolso total de R$ 140 bilhões, mas ainda abaixo do demandado pelo poder público.

Do montante total, R$ 37 bilhões já foram empenhados, segundo as companhias.

O acordo, inclusive, poderá desbloquear retorno de dividendos, que inclui recompra de ações, de até 17%, segundo Goldman Sachs.

Com Reuters

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