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Mais dividendos? Vale (VALE3) está no caminho certo, apesar do prejuízo, dizem analistas; ação sobe 2%

20 fev 2025, 10:43 - atualizado em 20 fev 2025, 10:48
vale vale3
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Apesar do prejuízo contábil de US$ 807 milhões da Vale (VALE3) no quarto trimestre, analistas seguem otimistas com o desempenho da companhia em 2025 e alguns citam até a possibilidade de dividendos extraordinários. Por volta das 10h40, o papel subia 2,2%, a R$ 56,93

A avaliação geral é de que a empresa apresentou dados operacionais sólidos, com destaque para uma surpreendente redução do custo C1 por tonelada (excluindo compras de terceiros). O valor desacelerou para US$ 18,8/t, uma queda anual 9,5%, atingindo o menor nível desde o 1T22

Já o prejuízo foi atribuído a uma despesa não recorrente com impairment, decorrente da reversão de redução ao valor recuperável de US$ 1,9 bilhão no ativo de Thompson (MB), no Canadá. Além disso, houve pressões adicionais nos resultados financeiros, totalizando US$ 1,7 bilhão, impactadas pelo efeito da aceleração da taxa de câmbio USD/BRL na marcação a mercado de swaps de obrigações.

“Ambas as situações não possuem efeito no fluxo de caixa, e não deveriam influenciar um fluxo vendedor na seção de negociações de hoje”, disse a Genial Investimentos, que segue recomendando a compra do papel e vendo um potencial de valorização de cerca de 17%.

Para a corretora, a Vale é a mineradora com maior deságio no mercado global em relação ao preço do minério de ferro, com um desconto de cerca de 35%, enquanto a média histórica das mineradoras australianas varia entre 20% e 25%.

A XP Investimentos chamou a atenção para a dívida líquida expandida da Vale, que permaneceu estável em US$ 16,5 bilhões no trimestre, beneficiada pelo impacto positivo da desvalorização do real sobre as provisões de Brumadinho e Samarco. O fluxo de caixa livre (FCF) totalizou US$ 600 milhões, frisou.

O Ebitda, destacou, totalizou US$ 541 milhões, alta anual de 2%, impulsionado principalmente pela melhora na divisão de cobre, que se beneficiou de preços realizados mais altos e maiores receitas com subprodutos.

Por outro lado, as operações de níquel enfrentaram desafios devido à queda nos preços realizados e ao impacto negativo dos preços provisórios, embora esses efeitos tenham sido parcialmente compensados pela redução nos custos de alimentação externa, disse a XP.

“O desempenho de custo de produção da Vale e sua flexibilidade de portfólio (com as vendas de produtos de maior valor agregado) aumentarão a competitividade da empresa ao longo de 2025E. Dito isso, embora reiteramos nossa recomendação Neutra pelo upside limitado, vemos uma assimetria positiva para as ações aos preços atuais da VALE3″.

Dividendos extraordinários em 2025

Para o Bradesco BBI, os investidores devem acolher bem a orientação de investimentos mais baixa, os desempenho dos custos C1 para 2025 e o dividendo extraordinário, juntamente com o programa de recompra renovado.

“Isso confirma nossa visão de uma alta probabilidade de um dividendo extraordinário em 2025. Também destacamos que o dividendo extraordinário ressalta a confiança da administração na melhora do momento operacional da Vale e reforça a remuneração dos acionistas como foco principal”, afirmou a corretora.

O Bradesco BBI segue recomendando compra de VALE3, de acordo com relatório da Ágora Investimentos.

A companhia reduziu sua previsão de investimentos para 2025, agora estimada em cerca de US$ 5,9 bilhões. Essa redução reflete ganhos de eficiência nos projetos e deve gerar uma retenção de caixa livre (FCF) maior, segundo analistas.

Ontem, a Vale aprovou quase US$ 2,0 bilhões em dividendos/juros sobre capital, a serem pagos em março de 2025 (US$ 1,5 bilhão em dividendos mínimos e US$ 0,5 bilhão em dividendos extraordinários), juntamente com um novo programa de recompra, de até 18 meses e até 120 milhões de ações.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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