Vale (VALE3): Por que a mineradora ainda é compra para o Bradesco BBI?
O Bradesco BBI mantém sua recomendação de compra para a Vale (VALE3), mesmo em um cenário onde a tese de investimento da companhia permanece altamente dependente da China. Na visão de Rafael Barcellos e Renato Chanes, que assinam o relatório, a perspectiva fundamentalista da mineradora melhorou significativamente nos últimos meses.
As ações da mineradora terminaram a sessão desta segunda-feira (23) com leve alta de 0,31%, a R$ 57,53.
Olhando para o futuro, afirmam que os investidores buscarão mais visibilidade sobre um possível acordo relacionado ao acidente de Mariana (MG), esperado como o próximo evento de redução de risco para a tese.
“Mantemos nossa recomendação de Compra para VALE3, com as ações sendo negociadas a atraentes 3,7x o múltiplo EV/Ebitda para 2025”.
Na última semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que Vale, BHP e Samarco poderão fechar um acordo global de reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana que envolveria pagamentos totais de R$ 167 bilhões, incluindo dinheiro novo, obras a cargo das mineradoras e pagamentos já realizados.
“Agora nós chegamos a R$ 100 bilhões de dinheiro novo, e se falava em R$ 49 bilhões em 2022…”, disse Silveira, em entrevista à rádio Itatiaia.
Em resposta a comentários do ministro, a Vale confirmou, em nota, que as negociações sobre o acordo para compensação do desastre de Mariana estão avançadas, “a partir de propostas previamente apresentadas e divulgadas pelas partes”. No entanto, até o momento, nenhum acordo definitivo foi alcançado.
“A Companhia espera chegar a um acordo final no processo de mediação em outubro de 2024, o qual será devidamente divulgado ao mercado”, disse.
Mandato de novo CEO da Vale antecipado
A Vale antecipou o início do mandato de seu novo CEO, Gustavo Pimenta, para começar em 1º de outubro e não mais em janeiro, como era previsto, mostra fato relevante enviado na noite da última sexta-feira (20).
No documento, a empresa agradeceu Eduardo Bartolomeo, que estava à frente da companhia desde 2019.
“Sob a liderança de Eduardo, a Vale conseguiu avançar significativamente em sua transformação cultural, com orientação para a segurança das pessoas e operações, para a gestão de riscos e para a integridade de ativos”, diz.
Além disso, a empresa destaca que adotou um programa pioneiro de descaracterização de barragens, implementando os melhores padrões globais para a gestão das estruturas de contenção de rejeitos.
Bartolomeo entrou no lugar de Fabio Schvartsman, após a tragédia de Brumadinho. O executivo já estava na empresa desde 2011 e ocupou várias posições de liderança antes de se tornar CEO.
A Vale também informou que aprovou a nomeação, em caráter interino, de Murilo Muller, atual diretor global, para a posição de vice-presidente executivo responsável pelas áreas de finanças e relações com investidores, posição que Pimenta ocupava, com início em 1º de outubro e término até 31 de dezembro de 2024.
*Com informações do Estadão Conteúdo e Renan Dantas