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Vale (VALE3) pode sofrer impacto negativo de até 12% nas ações com novo acordo de reparação por tragédia em Mariana, calcula XP

26 jan 2024, 20:10 - atualizado em 26 jan 2024, 20:10
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Vale pode sofrer com um potencial impacto negativo de 3-12% nas ações considerando diferentes cenários, segundo XP (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Vale (VALE3) e outras ações expostas ao minério de ferro aproveitaram forte alta na bolsa brasileira nesta sexta-feira (26), impulsionadas pela resiliência dos preços do minério de ferro, apesar das dúvidas que pairam em relação ao ritmo de recuperação da economia chinesa.

No caso da Vale, notícias internas têm colocado os papéis da mineradora à prova. Aliviando riscos de governança ponderados pelos investidores, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, parece ter desistido de lançar Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, como CEO da mineradora, devido à resistência dos acionistas.

Por outro lado, a Vale ainda tem no radar a notificação da Justiça que a condena, juntamente com Samarco e BHP, a um pagamento bilionário pelo episódio do rompimento de uma barragem em Mariana (MG) em 2015.

  • Mais uma bolada bilionária da Vivo (VIVT3): Entenda como redução de capital de R$ 1,5 bilhão pode ir parar no bolso dos acionistas da empresa, e se vale a pena ter as ações para receber uma fatia; É só assistir ao Giro do Mercado abaixo:

A Justiça Federal condenou as mineradoras ao pagamento de R$ 47,6 bilhões a título de danos morais coletivos em decorrência do rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco.

Segundo documento da 4ª Vara Federal Cível e Agrária da SSJ de Belo Horizonte, o valor de R$ 47,6 bilhões “foi fixado tomando como parâmetro o valor dos gastos já admitidos pelas sociedades em ações de reparação e compensação”.

A decisão judicial ocorre após tentativas frustradas de negociação para uma repactuação de um termo inicial para reparação dos danos. As negociações foram paralisadas em dezembro.

A Vale afirmou que não foi notificada da decisão judicial.

Impacto de até 12% nas ações da Vale

Segundo a XP Investimentos, apesar da falta de clareza do novo potencial acordo de reparação, a Vale pode sofrer com um potencial impacto negativo de 3-12% nas ações considerando diferentes cenários.

“Nosso racional inclui considerar (ou não) um prazo de 10 anos para o pagamento integral do acordo de reparação (o que reduziria o valor do VPL [valor presente líquido] provisório a ser incluído no balanço da Vale) e considerar (ou não) o valor atual de US$ 3,2 bilhões para deduzir o acordo de reparação total a ser adicionado ao balanço da empresa”, afirma a corretora.

No fim, a XP considera um impacto adicional total entre 3% e 12% do valor de mercado atual da Vale, “após excluir uma suposição de consenso de caso base de uma provisão extra de US$ 2,5 bilhões (com o impacto negativo esperado sobre as ações decorrente dos valores acima deste valor, pois analistas veem um valor provisório extra de ~US$ 2,5 bilhões, conforme já esperado pelo mercado)”.

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(Fonte: XP Investimentos)

A corretora reforçou, no entanto, que ainda é muito cedo para tirar uma conclusão sobre o tema.

De acordo com a XP, embora esta decisão pareça um resultado negativo à primeira vista, não está muito claro qual poderá ser o potencial impacto financeiro final.

Segundo a XP, com cerca de US$ 3,2 bilhões em provisões relacionadas à Samarco incluídas no balanço do terceiro trimestre de 2023 da Vale, não há informações se este novo acordo de reparação acrescentaria (ou seja: aumentaria o saldo provisório da empresa desconsiderando o valor provisionado atual) ou substituiria totalmente o acordo em vigor (ou seja: consideraria o valor de ~US$ 3,2 bilhões).

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