Vale (VALE3): Os catalisadores que fazem o UBS BB recomendar a compra dos papéis
O UBS BB elevou a recomendação para as ADRs (recibo de depósito americano) de Vale (VALE) de neutro para compra e o preço-alvo de US$ 13 para US$ 15, segundo relatório desta terça-feira (7). Segundo Myles Allsop e equipe, a relação entre risco e recompensa da mineradora está melhorando.
Os analistas explicam que, embora sigam preocupados com os fundamentos do minério de ferro no médio prazo e vejam desvantagens no preço à vista dos papéis da companhia, a Vale teve um desempenho operacional forte em abril e as preocupações ESG passaram a ser vistas como moderadas.
O banco espera ainda que a companhia gere um rendimento de fluxo de caixa do acionista (FCF) de aproximadamente 10% ao preço de minério de ferro de US$ 100 por tonelada, após pagamentos da Samarco. “Esperamos que a Vale permaneça disciplinada com capital e devolva o excesso de caixa aos acionistas”, dizem.
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“A Vale está posicionada para devolver relativamente mais caixa aos acionistas, com investimentos disciplinados, enquanto seus pares de minério de ferro buscam crescer”, completam.
Os próximos catalisadores para a mineradora, segundo os analistas, são: o acordo de concessão ferroviária, o acordo com a Samarco e a produção do segundo trimestre.
A Vale espera chegar a um acordo final com a Samarco entre junho e julho de 2024, depois de 3 anos de negociações. “Ainda há uma incerteza significativa em torno disso depois que a proposta de US$ 25 bilhões foi rejeitada pelos governos Federal e do Espírito Santo. Notamos, no entanto, que a Vale e seus parceiros manifestaram o desejo de resolver isso no 1S24”, dizem.
Eles destacam ainda que a gerência parece confiante de que as outras questões — como a concessão ferroviária, licenças em Sossego e Onca Puma — podem ser resolvidas nos próximos meses. Além disso, os riscos de sucessão do CEO estão sendo moderados, com o conselho seguindo o estatuto e sendo transparente.
Vale e o minério de ferro
Em relação ao preço do minério de ferro, os analistas do UBS esperam que se mantenham em US$ 110 por tonelada nos próximos 12 meses e depois retornem ao suporte de custos — de US$ 80 a US$ 100 –, à medida que a oferta aumenta.
A Vale, no entanto, deve se beneficiar da melhoria dos volumes e prêmios (Fe/pelota) ao longo de um a dois anos, conforme seus três principais projetos de crescimento acelerem.
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“Isso compensará em grande parte o impacto dos preços mais baixos”, afirmam.
Além disso, os Metais Básicos deverão se beneficiar dos preços mais elevados do cobre e níquel no médio prazo e da autoajuda, impulsionada pela nova equipe de gerenciamento.