Vale (VALE3): O valuation bilionário com a venda da unidade de metais básicos
A venda de 13% da unidade de metais básicos da Vale (VALE3) é positiva do ponto de vista de valuation, dizem os analistas do mercado. O negócio foi fechado por US$ 3,4 bilhões — implicando em uma avaliação de US$ 26 bilhões para 100% da operação, os quais serão investidos no próprio negócio.
A transação implica em um múltiplo de 10x EV/Ebitda para a divisão, o que representa um prêmio sobre os múltiplos pagos nos pares do mercado e sobre a cotação de VALE3 na Bolsa. Atualmente, Vale negocia apenas a 4x EV/Ebitda.
O analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, diz que a percepção de que a companhia está subavaliada vai ganhando corpo. Além disso, a injeção de capital é positiva para alavancar o crescimento da unidade de negócio, que vem entregando aquém do esperado, ressalta.
A Ativa Research, por sua vez, afirma que a parceria com os novos sócios terá que se provar. Os analistas acreditam que o mercado destravaria mais valor para Vale se sinergias entre si e seus novos sócios fossem mais evidentes.
A Empiricus enxerga uma boa margem de segurança nas ações de Vale nos preços atuais, reforçado pelo valuation atrativo, boa alocação de capital e expectativa de estímulos na China. A casa tem recomendação de compra para VALE3. Já a Ativa está mais cética quanto à tese e tem indicação neutra.
As ações da Vale caíam 2,1% por volta das 11h40 desta sexta-feira (28), a R$ 68,94. O desempenho dos papéis é puxado pela queda dos contratos futuros de minério de ferro e pelos resultados fracos da companhia no 2T23.
A venda da unidade metais da Vale
A Vale bateu o martelo e vendeu, por US$ 3,4 bilhões, 13% de sua unidade de negócios de metais básicos para os fundos Manara Minerals e a Engine N, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (27).
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Ao todo, a Manara Minerals deterá 10% da unidade, enquanto Engine N terá participação de 3%.
“Com nosso portfólio de alta qualidade, estamos posicionados de maneira única para atender à crescente demanda por metais verdes essenciais à transição energética global, ao passo que continuamos comprometidos com práticas socioambientais robustas e com a mineração sustentável.”, disse Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.
*Com Renan Dantas